Como já escrevi muitas vezes, minha principal formação é a de repórter policial (Prêmio Esso de Jornalismo).
Tenho a coragem de alertar que a morte do embaixador grego não é um crime passional. Quando vejo um caso como este, fico me coçando, doido para voltar à ativa.
Esta história está mal contada. A gostosona podia ter arranjado um amante bonitão, de melhor nível – de nível internacional.
Foi se juntar com um soldado do Rio de Janeiro, sem charme nenhum, carequinha, fora de forma, que provavelmente era mais cúmplice dela do que amante. Ele parece um cara contratado. Vão aparecer outras coisas. É só investigar.
É um crime encomendado e planejado. As investigações vão descobrir outros desdobramentos, típicos de casos da Baixada Fluminense, onde o crime organizado age abertamente há décadas.
Imaginar que Françoise de Souza Oliveira, a mulher do embaixador Kyriakos Amiridis, seria apaixonada por um soldado da Polícia Militar do Rio de Janeiro, feio, com salário baixíssimo e provavelmente de nível cultural também limitado, é se deixar enganar.
A mulher má deve estar relacionada com algum plano mais baixo, tendo premeditado este crime, até mesmo porque o embaixador pode ter desconfiado das suas ações e precisava ser morto.
O envolvimento de dois assassinos no caso, com oferta de dinheiro para um deles, mostra que houve planejamento e interesse financeiro da “embaixatriz”, que devia estar tramando isso há algum tempo, junto com outras ações criminosas.
Se forem pesquisadas ligações telefônicas, contas bancárias, outras viagens, outros contatos, pode aparecer coisa suja surpreendente (talvez contrabando).
Ora, pessoas do Brasil, não me venham com romantismo nesta hora. O buraco é mais embaixo. (RENATO RIELLA)