CARLOS MARCHI
O brasileiro comum pensa plantando bananeira, isto é, de cabeça pra baixo (ou de ponta-cabeça, como dizem os paulistas).
Em meio à maior crise política da História, ele só consegue pensar na saída – ou “no futuro” – imaginando um candidato à presidência da República.
É o germe salvacionista – um homem que irá “salvar” a Nação – que sempre pontuou a reflexão política do brasileiro comum desde o ditador Getúlio Vargas (talvez influência do regime imperial lá de trás).
Um candidato à presidência deveria ser a ÚLTIMA coisa em que deveríamos pensar.
Primeiro, precisamos fazer uma reforma política que permita a eleição de representantes comprometidos com propostas efetivas. Que impeça ou dificulte a corrupção.
Que permita campanhas eleitorais mais baratas e mais esclarecedoras. Que produza candidatos mais próximos a seu eleitor.
Que obstrua partidos de aluguel. Que elimine as formas medonhas que enganam o eleitor, como as coligações proporcionais. Que extinga as campanhas estelares pela TV.
Que eduque o brasileiro a pensar política de forma produtiva.
Quando tivermos feito essa reforma, aí, sim, vamos pensar no candidato à presidência.
Nesse momento, ele NÃO SERÁ um salvador da Pátria, mas apenas um presidente efetivo e eficaz.