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jul 23 2014

NÃO SE PREOCUPEM COM DUNGA. SE PREOCUPEM COM A ROUBALHEIRA

RENATO RIELLA

As pessoas estão discutindo a chegada do Dunga à Seleção Brasileira, mas isso é pouco importante diante das aberrações do futebol brasileiro.

Nós sustentamos uma máfia na Confederação Brasileira de Futebol e nas federações regionais e só reagimos quando a Seleção perde de 7×1 ou quando Dunga aparece como solução.

A verdade mais escabrosa é que há décadas quem manda e mama no futebol brasileiro é uma quadrilha montada minuciosamente por João Havelange e herdada pelo seu ex-genro Ricardo Teixeira. E continuam como donos do futebol brasileiro, até não restar mais nada. São predatórios.

Ricardo Teixeira teve de sair do Brasil em 2010, depois do escândalo que houve em Brasília, no governo Arruda, quando ocorreu o desvio de muitos milhões na inauguração da reforma do Estádio Bezerrão.

Até hoje a Justiça apura essas irregularidades, que envolvem não somente o tal Teixeira e o tal Arruda, mas também o ex-secretário de Esportes, Pastor Agnaldo de Jesus. No processo, há comprometimento também do ex-presidente do Barcelona da Espanha, Sandro Rossell.

Este último foi obrigado a abandonar o Barcelona no ano passado, no escândalo da compra de Neymar. Lembram?

No caso do Bezerrão, há até uma investigação sobre depósito milionário feito na conta de uma filha de Ricardo Teixeira, na Europa. Será que esta filha é a tal da Joana Havelange, que até hoje ganha salário milionário na CBF e foi a coordenadora da festa ridícula de abertura da Copa do Mundo?

Quando Ricardo Teixeira saiu da CBF pela porta do fundo e foi para o exterior, deixou no seu lugar o vice José Maria Marin, mas continuou mandando durante a Copa do Mundo.

Pouco antes da Copa, houve eleição na CBF e o novo presidente, que vai assumir breve, será Marco Polo del Nero, mais um do time de Ricardo Teixeira.

A eleição de Del Nero seria um escândalo, se investigada, pois os 27 presidentes de federações esportivas dos estados foram dominados de forma estranha para que aceitassem uma chapa única, com um presidente pré-escolhido por Ricardo Teixeira.

Assim, a chegada de Dunga é bobagem perto de tudo isso. Ricardo Teixeira resolveu extinguir o futebol brasileiro e vai roer até o último osso essa estrutura.

Enquanto isso, os grandes times quase sempre são dirigidos por gente do mesmo tipo. A dívida corrigida de impostos desses clubes de futebol deve passar dos R$ 6 bilhões e o governo não cobra com o rigor aplicado na área empresarial.

Dirigentes diversos de times desviaram dinheiro da venda de jogadores, dos ingressos, do direito de arena, entre outras rendas, deixando de pagar as dívidas.

Se o governo Dilma ou o próximo jogar duro, vai tirar do ar clubes de grande torcida. Mas é preciso obrigar que paguem o que devem.
E assim vai.

O futebol brasileiro precisa da ação do Estado. Não dá para os governos se omitirem, pois a roubalheira é grande demais.

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