Uns e outros ficam me dizendo: “Álvaro Dias é diferente”.
Tento acreditar, mas lembro da passagem dele mal explicada pelo PSDB, no momento em que os tucanos vendiam CPIs e outros coisitas.
Mas, digamos que seja uma boa opção, nas péssimas condições atuais, para presidente. Porém me decepcionei.
Na semana passada, entrevistei ao vivo Álvaro Dias, durante mais de uma hora, no programa de rádio do Ricardo Noronha.
Perguntas diversas, respostas genéricas. Com aquela voz grave, falava, falava, falava, mas não atingia o foco da proposta.
De repente, fiz pergunta específica.
-“Senador, vou falar de uma situação pessoal. Quando fiz 59 anos, meu plano de saúde, um dos melhores, duplicou o valor da minha mensalidade. Recorri a advogado, mas não havia nada a fazer. Nos três últimos anos, com inflação baixa, meu plano de saúde aumentou mais de 13% em cada ano. A prestação chegou a R$ 2.100,00, impossível de suportar. O que o futuro presidente pode fazer para nos proteger contra a roubalheira dos planos de saúde?”
O cara nem piscou. Nem alterou a respiração. Não mudou nada no tom quase além-túmulo. Diante de um caso grave, não demonstrou preocupação, solidariedade – muito menos indignação.
Tecnicamente, respondeu: “Por isso que não vou permitir interferência política nas agências reguladoras. No meu governo, a Agência Nacional de Saúde vai funcionar diferente”.
Só isso? Só isso?
Perdeu o meu imenso voto. (RENATO RIELLA)