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ago 27 2021

No atletismo, Brasil começa o dia com duas medalhas de ouro

Silvânia Costa saltou 5 metros na sua quinta tentativa nas Paralimpíadas de Tóquio — Foto: Wander Roberto /CPB

Só deu Brasil no início do primeiro dia do atletismo nas Paralimpíadas de Tóquio, e os dois ouros em disputa da modalidade ficaram com brasileiros.

Yeltsin Jacques é ouro nos 5.000m masculino T11, para cegos, nas Paralimpíadas de Tóquio, conquistando a primeira medalha dourada do atletismo brasileiro logo na estreia da modalidade nos Jogos, na noite desta quinta-feira (26), manhã de sexta no Japão.

Em uma corrida emocionante, Yeltsin começou liderando e manteve a ponta até faltarem apenas 400m para o fim, quando foi ultrapassado pelo japonês Kenya Karasawa.

 Para quem assistia, parecia que não daria mais tempo de ele se recuperar. Mas Yeltsin não se deu por vencido e, numa arrancada sensacional, retomou a liderança na última volta, já pertinho da linha de chegada. E atravessou-a em primeiro, ao lado do atleta-guia Carlos Antônio dos Santos, com o tempo de 15min13s62.

Depois da conquista de Yeltsin Jacques nos 5000m T11, foi a vez de Silvânia Costa se tornar bicampeã paralímpica do salto em distância T11, para cegos. E mais uma vez foi com emoção.

Na Rio 2016, Silvânia só garantiu a medalha no sexto e último salto. Na noite de ontem (26), manhã em Tóquio, ela conquistou o lugar mais alto do pódio no quinto salto, o penúltimo, ao bater a marca de cinco metros, cravados. Isso depois de ter queimado as duas primeiras tentativas e ter feito saltos que não lhe dariam nem o bronze nas duas seguintes.

Em 2016, Silvânia não sabia, mas estava grávida de três meses quando ganhou sua medalha. Em 2019, foi punida por doping e passou os últimos dois anos longe de competições. No meio do caminho, ainda teve a pandemia. Somente nos últimos cinco meses ela pôde retomar o ritmo de treinamento normal.

” Mesmo antes do final da prova eu já estava comemorando o quinto salto. Nosso trabalho foi realizado com sucesso. Não foi uma prova fácil. Eu entrei e tive que ir pra cima, com muita garra ali no último salto. Eu sabia quanto eu tinha batalhado, lutado, tudo o que passei para chegar aqui. Os últimos cinco meses foram muito doloridos. Eu ralei muito para chegar até aqui. Essa medalha vem com sabor de muita garra e superação” disse ela, explicando: “Esse ciclo, pra mim… Eu tive duas interrupções, uma foi a nascimento do meu filho e a outra foi minha suspensão. Dei a volta por cima de tudo.”

A atleta fez questão de agradecer ao seu treinador, Everaldo Braz, e contou que antes de entrar no estádio olímpico, disse a ele: “A sua voz é o meu salto”.

É a voz do técnico, afinal, que o atleta cego escuta na contagem das passadas para o salto correto. Ele vai enumerando e dando o ritmo, para que o atleta não queime e possa realizar o seu melhor.

Silvânia queimou suas duas primeiras tentativas, saltou 4m76 na terceira e 4m69 na quarta. Após o salto do ouro, de 5 metros, ainda tentou bater o próprio recorde mundial de 5m46 na última tentativa, mas ficou em 4m84. Já levantou gritando e pulando, comemorando o bicampeonato com uma alegria contagiante.

Com informações de GE

Foto:Wander Roberto /CPB

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