Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Ronbins
O Prêmio Nobel de Economia de 2024 foi concedido a Daron Acemoglu (57), Simon Johnson (61) e James A. Robinson (64), por seus estudos sobre como as instituições são formadas e afetam a prosperidade, em cerimônia realizada hoje(14).
Acemoglu, que nasceu na Turquia, e Johnson, do Reino Unido, são pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Já Robinson, também britânico, é da Universidade de Chicago. Seus estudos ajudaram a entender as desigualdades entre as prosperidade entre as nações.
O comitê decisor do prêmio avaliou o porquê dos 20% de países mais ricos do mundos são, atualmente, cerca de 30 vezes mais ricos que os 20% mais pobres.
“Mais que isso, a diferença de renda entre os países mais ricos e mais pobres é persistente; embora os países mais pobres tenham enriquecido, eles não estão chegando perto dos mais prósperos”, explicou a Academia Real das Ciências da Suécia, responsável pelo prêmio”]
Segundo a Academia, os laureados deste ano “adicionaram uma nova dimensão às explicações anteriores para as diferenças atuais na riqueza dos países ao redor do mundo”, mostrando que as diferenças regionais entre os climas, principalmente, não podem ser analisadas sem antes em entender quais instituições sociais foram implementadas em cada país.
“Instituições criadas para explorar as massas são ruins para o crescimento de longo prazo, enquanto aquelas que estabelecem liberdades econômicas fundamentais e um Estado de Direito são boas para tal”.
Para entender essa disparidade, os laureados avaliaram os impactos da colonização europeia do século XVI em diante e perceberam a criação de dois principais tipos de colônias.
Em alguns países, os colonizadores chegaram com o objetivo principal de explorar os povos originários e os recursos naturais, gerando o que os pesquisadores classificam como “instituições extrativistas”.
Essas regiões costumavam ser as mais ricas, por conta de sua forte e rápida oferta de recursos econômicos para os colonos.
Em outros, eles formaram sistemas políticos e econômicos que visavam beneficiar os migrantes europeus naquelas regiões no longo prazo. Esses países eram os mais pobres.
No entanto, a criação de instituições que visavam o bem-estar das pessoas que ali chegavam para habitar — enquanto nos outros países as instituições eram criadas para facilitar e manter a dinâmica extrativista — acabaram gerando uma “reversão de riqueza”.
Os países com as maiores populações de indígenas geralmente eram, também, aqueles que ofereciam maior resistência para a colonização.
No entanto, uma vez derrotados, os povos originários eram obrigados a trabalhar para os colonizadores. Essa dinâmica fazia com que poucos migrantes europeus se interessassem em migrar para o país com a intenção de trabalhar e construir uma comunidade benéfica para o local.
Assim, as instituições criadas nessas regiões “se concentravam em beneficiar uma elite local às custas da população em geral. Não havia eleições e os direitos políticos eram extremamente limitados”, explicou a Academia.
Em contrapartida, as colônias com uma população originária menor, embora oferecesse menos resistência para a colonização, não dava conta de toda a demanda por mão-de-obra. Isso fez com que os países colonizadores criassem “instituições econômicas inclusivas que incentivassem os colonos a trabalhar duro e investir em sua nova terra natal”.
Fonte:g1 -Bruna Miato,
Are: Divulgação/Niklas Elmehed © Nobel Prize Outreach