RENATO RIELLA
Tem alguma coisa muito errada no governo de Agnelo Queiroz. Muito errada mesmo!
Vejam vocês que, nas pesquisas de opinião, mais de 50% da população do DF reconhece o governo dele como ruim e péssimo, mas o DF acaba de ganhar do Ministério da Educação o selo de Território Livre do Analfabetismo.
Entre todos os governadores brasileiros, Agnelo é o segundo de pior avaliação popular. Só perde para a governadora do Rio Grande do Norte, que já morreu e não foi enterrada – como se diz na Bahia.
Mesmo assim, o DF foi o centro de melhor desempenho em relação aos preparativos da Copa do Mundo. Fez o melhor estádio, inaugurado antes dos outros. Está com o novo Aeroporto JK garantido antes de julho. E concluiu importantes obras de acesso e de transporte.
O governo Agnelo gastou mais de R$ 300 milhões em propaganda até hoje, mas teve um secretário de Comunicação Social chamado pelo mercado de Abismael, que pelo visto jogou fora esta fortuna.
É um governo que se orgulha, hoje, de ter feito seis mil cirurgias de catarata este ano, mas não sabe como passar essa conquista para a população, que continua vendo a saúde local como nojenta.
E assim vai.
Quando toda a população, apoiada por todos os meios de comunicação e pelo Ministério Público, repudiou os totens pretos, horríveis, verdadeiras agressões à paisagem de Brasília, foi preciso que o deputado Chico Vigilante desse um grito de “basta”. O governo Agnelo não havia percebido o erro que foi a autorização para a instalação dos transformers de publicidade.
Assim, é com muita honra que comunico: tecnicamente, a alfabetização está erradicada no Distrito Federal para a população acima de 15 anos, com a constatação do índice de 97,5% de alfabetização.
Num discurso enfático, mesmo recebendo o selo do MEC, o governador disse que o governo vai buscar os remanescentes 2,5%, mas sabemos que estes são pessoas que provavelmente têm algum impedimento pessoal para o aprendizado.
E assim vamos.
Será que Agnelo conseguirá recuperar essa perda de oportunidades na campanha eleitoral?
Por exemplo, será que ele obterá reconhecimento da população por ter trocado os ônibus e as empresas de ônibus que sacrificavam o povo de Brasília há 50 anos? Pelo visto, não.