«

»

fev 18 2018

O governador Pezão foi o último a saber da intervenção

HÉLIO FERNANDES

Ha uma semana o assunto rolava no Planalto. Ideia inteiramente do ministro Moreira Franco.

Contou a Temer, identificou como “a maior operação militar contra o crime organizado”. A Temer disse simplesmente: “Você tem tudo a ganhar, nada a perder”.

Politicamente, uma notável jogada. Foi em frente, não precisava autorização.

Independente de quaisquer restrições, é um extraordinário articulador. Teve a competência de escolher como interlocutor, praticamente unico, Raul Jungman. Nomeado por Temer, sua área de influência e competência é o Alto Comando militar.

Moreira, conversando com Jungman, transmitia e recebia palavras de ordens.

Na terça-feira, à noite, Moreira revelou a Temer que tudo estava acertado para a intervenção “unicamente” na segurança.

Comunicou que marcara uma reunião para o dia seguinte (Quarta Feira de Cinzas) no Planalto – eles dois e mais Raul Jungman, 9 da manhã, Jungman chegou pontualmente, acostumado à rotina das reuniões militares.

Conversaram mais ou menos até meio-dia. Descobriram que faltava comunicar ao governador Pezão.

Temer, que se dizia “horrorizado” com a violência que assistira no Carnaval (pela televisão), disse: “Eu falo com ele” -, e já estava ligando para Pezão.

Falou: “Preciso que você venha imediatamente ao Palácio do Planalto, é urgente”.

Surpreendido, ouviu a resposta: “O governo do estado não tem avião e voo comercial é complicado”.

Falou para Pezão esperar na linha. Em segundos, engendraram a solução. Jungman, que estava de avião, iria buscá-lo. Moreira iria com ele.
Temer disse a Pezão, “Vá para o aeroporto. Moreira Franco vai conversar com você”. Quem trocar a palavra conversar por buscar, acertará.

Pezão, que não é muito brilhante, não estranhou nem perguntou a razão da presença do ministro da Defesa.

Às 4 da tarde já estavam no Planalto, Pezão começou a saber de tudo – perdão, quase tudo.

Começou quando foi feita a comunicação, com todos os detalhes. Incluindo os poderes da segurança, concentrados com o comandante Militar do Leste, general 4 estrelas Braga Netto. Que, alem do mais, tem credenciais e formação em estratégia e política.

Já estava convocada uma coletiva, com os quatro e mais o general Etchegoyen (que participou de tudo), o presidente da Camara (que tambem foi deixado de lado) e o ministro Meirelles. (Por quê?).

Presente o general Braga Netto, que se manteve em silêncio. Falou ligeiramente, no fim.

PS-Está ai a realidade que não foi contada, para mostrar os caminhos das decisões. Acho arriscadíssimo, com resultados duvidosos, mas estou a favor. Já escrevi minha convicção sobre o assunto.

PS2- Logo depois, Pezão deu entrevista, garantindo: “Estou feliz que minha ideia tenha sido aproveitada, era indispensável”. Cada um diz o que quer.

PS3- O general Braga Netto assumiu enorme responsabilidade. Admitamos que massacre o crime e o estado incorpore suas responsablidades.

PS4- Mas não pode ficar por aí. Nos morros não pode repetir a UPP, uma ótima ideia, desperdiçada. Faltou o SOCIAL. transformar cada favela num bairro, igual aos outros, onde se posssa morar tranquilamente.

PS5-Quanto à violência na planicie, o Exército não tem nada com isso. É a rotina da repressão nas grandes cidades.

PS6- Como NY, considerada a cidade mais segura do mundo. E já foi dominada pelo crime, antes do projeto “Tolerância Zero.”

PS7-Este é o “bastidor” exclusivo de tudo. Desde que Pezão foi chamado para ser comunicado e respondeu: “Não posso ir, não tenho avião.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode usar estas tags e atributos HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*