RONALDO KRIEGER
Já vi o PT tenso.
Até mesmo no processo de Lula, havia um clima de aceitação, de não terá jeito.
A força deveria ser aumentada no marketing de vitimização e no campo jurídico, de protelação.
Um alimentaria o outro.
Uma guerrilha filosófica.
Mas era um jogo sem muitas esperanças.
Agora, com a delação de Palocci, há um clima de emudecimento.
O cara parece ter tantas informações, que há uma expectativa em não saber, ao certo , o que de fato ele vai revelar, qual pedaço, quem ele vai desnudar.
Ele sabe tudo e de todos.
Pode ser uma bomba de efeito retardado ou uma grande explosão nuclear , onde não sobrará pedra sobre pedra. ” Cogita-se internamente que : “Agora é o fim ! ” “Vai sobrar pra todo mundo”.
Palocci não tem a mesma raiz de José Dirceu.
Seu pudor com a esquerda não é doentio.
Seu compromisso com o partido, e pacto de sangue, está acabado.
Os desdobramentos, que virão, jogarão para o mundo mais um monte de delações de envolvidos.
Será um salve-se quem puder.
É um tiro certeiro na sofrida base do partido, que tenta união, nos acréscimos do segundo tempo.