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fev 16 2017

O SOFRIMENTO DE UM REPÓRTER TÍMIDO

No Dia do Repórter, conto como sofri muito na Bahia, por causa da minha extrema timidez.

Lembro que o chefe de reportagem, Lins, marcou entrevista com um médico famoso de Salvador, sobre a cura do câncer. Oba! Fui pautado para fazer a entrevista – com apenas 18 ou 19 anos….

Subi ao terceiro andar, pela escada, morrendo de medo. Passei quatro ou cinco vezes em frente à porta do consultório. Observei bem a secretária velha do médico, em animada conversa com alguns clientes.

De repente, tomei distância, respirei fundo e entrei, gaguejando: “Boa tarde, sou repórter do Diário de Notícias!”

-Finalmente, finalmente! Ele está lhe esperando. Pode entrar, pode entrar! Como é mesmo o seu nome?….

Fiz uma ótima matéria. E fiquei amigo do cara, bem mais velho.

Minha mãe, Cecília, morria de pena de mim, por essa timidez. Falava assim: “Imagine um repórter tímido!”

Nesses 50 anos, melhorei um pouquinho, mas continuo passando quatro ou cinco vezes numa porta até ter coragem de entrar. Ufa! (RENATO RIELLA)

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