RENATO RIELLA
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, certamente não é nenhum Abraham Lincoln, mas ficará na história não somente por ser negro, mas por ser diferente nas propostas.
Seu plano para tentar conter a epidemia de chacinas que assola os EUA é de grande mérito, pois atinge a cultura da arma que vem desde os tempos do Faroeste e enfrenta o lobby das grandes fábricas de armamento.
O principal mérito é obrigar a sociedade a pensar profundamente na questão, saindo do pânico hoje vigente em escolas de todo nível.
Já disse aqui que o melhor remédio pode vir dos meios de comunicação. Se jornais, sites e emissoras fizerem um pacto para não divulgar mais fotos, perfis e mensagens dos assassinos os casos de chacina vão diminuir. A busca de notoriedade, mesmo pós-morte, faz malucos dispararem contra crianças ou contra adolescentes nas escolas.
Lembro mais uma vez que, desde a década de 80, os meios de comunicação de Brasília mantêm um pacto pelo qual não se noticia suicídio (a não ser se for um caso de impacto político – algo assim). Com isso, os potenciais suicidas deixaram de ter incentivo ao ler jornais ou ao assistir TV. E certamente os casos trágicos diminuíram. Vale como experiência para os americanos.