Uma organização criminosa especializada na prática de furtos mediante fraude a contas bancárias é alvo da Operação Poderoso Chefão, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) e pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). Segundo a investigação, os suspeitos fizeram vítimas em diversas regiões do país. Os prejuízos de pessoas físicas e jurídicas ultrapassam R$ 2,5 milhões.
São cumpridos 23 mandados de prisão preventiva, 36 de busca e apreensão em endereços no Distrito Federal, em Goiás, São Paulo e Bahia, além do sequestro de 22 veículos e bloqueio de ativos financeiros, que poderão totalizar R$ 10 milhões. Esses bens poderão garantir eventual ressarcimento às vítimas e pagamento de custas e multas processuais. Até 8h, 15 pessoas já haviam sido presas.
A ação é conduzida pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) e conta com policiais da 15ª Delegacia de Polícia (Ceilândia), além dos promotores de Justiça do Núcleo de Combate ao Crime cibernético do MPDFT, NCyber.
A investigação é decorrente de pistas obtidas após a prisão de um dos líderes da organização criminosa, o ex-goleiro Paulo Henrique, 26 anos, que defendeu as equipes do Gama e Ceilândia. O mandado foi cumprido pela DRCC em agosto de 2019.
Provas colhidas à época apontaram para um extenso esquema de lavagem de capitais, envolvendo empresas de fachada, incluindo bancas na Feiras dos Importados, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), uma empresa de materiais de construção e um hookah, comércio de narguilé.
Paulo Henrique seria responsável por recrutar diversas pessoas residentes no Distrito Federal, com o objetivo de emprestarem suas contas bancárias para receberem recursos subtraídos, via internet, de contas de empresas localizadas em São Paulo.
De acordo com a PCDF, o ex-goleiro contava com o apoio do ex-militar do Exército Ricardo Calony da Silva, 27, e Tiago Vinícius da Silva, 33. Segundo o delegado-chefe da DRCC, Giancarlos Zuliani, o grupo aplicava as fraudes por meio de um banco nacional. Os investigadores decidiram não revelar o nome da instituição para não atrapalhar as apurações.
Após descobrir empresas que tinham contas nesse banco, os envolvidos hackeavam a conta e realizavam as transferências bancárias. “Através de mecanismos de capturar de senhas, eles conseguiam os dados dessas empresas e faziam as transferências para Brasília. O Paulo Henrique fazia o aliciamento aqui no DF”, disse o delegado.
Segundo Zuliani, a PCDF chegou aos envolvidos após analisar casos de seis empresas que foram vítimas do golpe desde dezembro de 2018 até agosto de 2019.
Ainda de acordo com o delegado, pelo menos 13 pessoas do DF emprestaram contas bancárias para receber os valores e ganhavam cerca de 10% do valor roubado originalmente de uma empresa de São Paulo.
Com informações de TNH!
Foto: Divulgação/PCDF