LEDA FLORA
Tento me armar de boa vontade e paciência. Mas está muito difícil e me falta competência para tal.
Fico controlando o relógio. 15 minutos se transformam em 45. Não acaba nunca.
Quem tem o quê falar, não tem tempo; quem tem tempo, me remete ao país das maravilhas e eu não sou Alice.
Se fosse óbvio o que ouço, tudo bem. Mas há necessidade de fé, de crença, e aí eu me perco.
Muita gente falando em família, sem especificações. Pagarão terapias, levarão grupos ao churrasco e ao cinema aos domingos?
Todas as crianças serão bons alunos? Darão um fim às drogas e às gangs?
Ah, como me cansa ser contemporânea…
Acabei encontrando uma resposta em Stendhal e então digo: o desfile de candidatos no horário eleitoral ,com raras exceções, “são a pátria do bocejo e da reflexão triste”. Ufa!