RENATO RIELLA
A gente não precisa do que não precisa.
Esta frase pode ser meio maluca, mas reflete a filosofia do Papa Francisco, o franciscano.
Tenho pena dos políticos que forem ao seu encontro e ouvirem, ao vivo, as suas palavras.
Como vai ficar a presidente Dilma Rousseff, por exemplo, que mantém em Brasília duas estruturas residenciais poderosas e absurdamente caras? A Granja do Torto e o Palácio da Alvorada contrariam tudo o que o novo Papa prega.
Enquanto isso, o franciscano abriu mão dos “aposentos papais”, vivendo coletivamente com outros padres no Vaticano.
Mordomias, aviões da FAB, excesso de segurança, assessorias monstruosamente amplas e outros abusos serão condenados nas palavras do visitante. Muita gente boa vai ter vontade de pedir a expulsão do Papa por intromissão em assuntos internos.
No entanto, presume-se que ele seja diplomático e não cite nenhuma autoridade especificamente, mas será fácil a uns e outros botarem a carapuça nas ricas cabeleiras.
O grito das ruas vem pedindo, desde junho, austeridade. Mas ninguém entendeu. Ninguém deu demonstração pública de que vai se reprogramar para viver franciscanamente.
Portanto, Francisco neles.
Vão aprender da forma mais traumática: ouvindo o recado da boca papal.
