O Papa Francisco aceitou a renúncia de mais dois bispos chilenos, informou hoje (28) o Vaticano. Com o anúncio do desligamento dos responsáveis pelas dioceses de Rancagua e Talca, sobe para cinco o número de renúncias aceitas pelo pontífice, de acordo com a Reuters.
Em maio, em uma iniciativa sem precedentes,34 bispos do Chile apresentaram sua renúncia depois de participar de uma reunião de crise com o papa convocada após suspeita de terem encoberto casos de pedofilia cometidos por religiosos em suas dioceses.
Em junho, o Papa Francisco aceitou as renúncias de D. Juan Barros, bispo de Osorno (sul do Chile), de Cristian Caro Cordero (Puerto Montt), e de Gonzalo Duarte García de Cortazar (Valparaiso). Juan Barros está entre vários membros da Igreja que ignoraram ou encobertaram os abusos do padre chileno Fernando Karadima, nos anos 89 e 90.
Fernando Karadima foi acusado de cometer abusos sexuais de crianças e jovens na paróquia El Bosque, em Santiago, a capital chilena.
Ele teve grande influência na igreja local e foi responsável por formar 50 sacerdotes – cinco dos quais se tornaram bispos. Depois que o escândalo veio à tona, o religioso foi condenado a uma vida de oração e penitência pela Justiça do Vaticano em 2010.
O Papa Francisco chegou a defender Juan Barros, porém reconheceu, posteriormente, que cometeu “graves erros de avaliação” sobre o caso depois de ler um relatório de 2.300 páginas sobre os abusos. Ele convidou três vítimas a irem a Roma para pedir perdão a elas.