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out 26 2017

Papa conversa sobre temas filosóficos com astronautas da Estação Espacial

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O papa Francisco conversou hoje, durante 20 minutos, com os seis astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), ocasião que aproveitou para discutir sobre qual seria “o lugar do Homem no universo”.

Também questionou como é viver em um ambiente “sem um acima nem um abaixo”.

“Bom dia, ou boa tarde não sei, porque quando se está no espaço, nunca se sabe”, brincou Francisco, sentado em em uma sala do Vaticano e conectado via satélite com os seis astronautas no espaço.
“A astronomia gera muitas interrogações, de onde viemos, para onde vamos?”, comentou o Papa, para, em seguida, perguntar ao italiano Paolo Nespoli:
“Qual seu pensamento sobre o Homem no universo?”.
Nespoli, que se encontra no laboratório orbital junto a três colegas americanos e dois russos, confessou que se tratava de um tema complexo e que se sente apenas um simples engenheiro que tem pouco conhecimento diante de um universo tão imenso.
O Papa argentino é conhecido por fazer ligações inesperadas e sua conversa espacial foi feita em italiano e transmitida pelo Centro Televisivo do Vaticano.
Essa é segunda vez na história que um Papa se comunica com pessoas no espaço, depois que seu antecessor, Bento XVI, fez a mesma coisa em abril de 2011.
Durante a conversa, o Papa também perguntou sobre o que mais faziam os astronautas se sentirem felizes no espaço.
“Ver a Terra com os olhos de Deus”, respondeu o comandante da missão, o americano Randolph Bresnik, ao descrever a beleza de “um universo sem fronteiras, em paz e sereno”.
“Nós nos danos conta de como somos frágeis”, acrescentou.
Francisco citou então um verso de “A Divina Comédia”, de Dante Aligihieri, para falar da força do amor que move o universo.
“Nós aqui somos um exemplo para a humanidade”, comentou outro astronauta americano, Joseph Acaba, ao mencionar a convivência entre pessoas de várias nacionalidades e profissões na estação espacial.
A tripulação também respondeu às perguntas papais apesar de um problema técnico que interrompeu temporariamente a entrevista e pela falta de um intérprete russo.
Sobre a sensação de não ter um ponto de vista de referência, um acima ou um abaixo, o astronauta Acaba confessou que teve de criar seu próprio microcosmo, comum sistema muito pessoal.
“Isso é algo típico do ser humano, a capacidade de decidir. Acho interessante porque está nas raízes dos humanos”, comentou pontífice.
“Gostaria que pessoas como o senhor, teólogos, filósofos, poetas, escritores, viessem ao espaço para explorar o que significa ser um ser humano no espaço”, afirmou Nespoli, enquanto Francisco assentia e sorria.
Ao término da conexão, o italiano, que fez as vezes de intérprete, agradeceu ao Papa por suas perguntas: “Agradeço por nos ter tirado da vida cotidiana mecânica para nos fazer pensar em algo maior do que nós mesmos”, concluiu.
Por: AFP – Agence France-Presse

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