Boa parte dos eleitores brasileiros não consegue escolher candidatos faltando menos de três meses para as eleições.
E os partidos, observando as pesquisas divulgadas, não conseguem fechar apoios e coligações, inseguros com cenários que podem mudar a qualquer momento.
Os chamados partidos de esquerda acompanham a maluquice dos petistas, que esperam pela candidatura impossível de Lula.
Esses partidos de esquerda não investem no Boulos (PSOL), nem na Manuela (PCdB).
Alguns esquerdistas vacilam e pensam em apoiar Ciro Gomes, o direitista do PDT.
Eleitores de esquerda começam a oscilar em direção a Marina Silva, da Rede, que há muito tempo renegou o PT.
Assim, na chamada faixa da esquerda, uns e outros ficam esperando que as pesquisas eleitorais indiquem um nome forte para apoiar, mas este nome forte não transparece nos resultados divulgados.
O mesmo acontece com a direita.
Partidos bem picaretas, como PP, PR, PTB e alguns outros, perdem-se na expectativa, sem saber o que fazer.
O PR quase fechou com Bolsonaro (PSC), mas recuou e agora pode apoiar Ciro (PDT). Está, na verdade, observando quem pode ganhar a eleição para garantir vagas e granas.
Aos poucos, os dirigentes partidários vão perceber que as pesquisas continuarão indefinidas até as vésperas da eleição.
Nesse caso, esquerda e direita terão de optar no risco.
Dá para acreditar no Boulos? Não!
Dá para acreditar no Álvaro Dias, do Podemos? Não!
Uma forma de escapar dessas dúvidas é ficar neutro e esperar o segundo turno.
O eleitor brasileiro é hoje um enigma. (RENATO RIELLA)