RENATO RIELLA
Na semana passada, duas horas antes da realização do Prêmio Paulo Octávio de Jornalismo, escrevi neste BLOG:
-Depois disso, vou lançar o Prêmio José Dirceu de Jornalismo Ético!
Era uma ironia sutil, de elevado nível, que abrangia o próprio dono do Prêmio, mas também os principais jornalistas da cidade e os principais veículos, os quais estiverem presentes à promoção, aparecendo amplamente na mídia.
Meia hora depois de colocar este comentário no BLOG, o próprio Paulo Octávio me telefonou. Como sempre, tivemos conversa relativamente longa e bastante civilizada.
Ele alegou que o Prêmio não tinha intenção de homenageá-lo, nem de promovê-lo, mas representava o agradecimento dele à imprensa do DF, que tanto tem apoiado os seus projetos.
Realmente, a imprensa do DF dá cobertura expressiva a tudo o que Paulo Octávio produz. E protege ele bastante nas situações controversas da sua vida.
Na oportunidade, tecnicamente, mostrei a Paulo Octávio que ele, estando gravemente denunciado na Caixa de Pandora e também nesta questão que acabou determinando a sua prisão, deveria submergir, para não provocar a Justiça.
Respondeu que estava adotando postura discreta e até havia se afastado da política.
Esta última alegação ficou desmentida pelos fatos ontem. Paulo Octávio, momentaneamente preso por determinação judicial, apareceu em cadeia de rádio e TV falando como dono de um partido, o PP, numa coincidência perversa que agrava a sua situação.
O bom senso indica que um empresário poderoso, bastante visado inclusive por suas ligações políticas, deve se preservar se for réu em diversos processos perigosos. Mas ele não consegue agir assim – nem tem assessores influentes para lhe dizer isso. E assim, passa por riscos e constrangimentos.
Em tempo: este comentário se aplica plenamente ao ex-governador José Roberto Arruda.
Não digam que não avisei!