RENATO RIELLA
A presidente Dilma Rosseff deixa aos poucos de ser uma pessoa enigmática, para apresentar-se como um ser decifrável e previsível. Uma das suas principais características, reafirmada em quase dois anos de mandato, é a de não assumir as trapalhadas dos outros, seja quem for.
Hoje já dá para afirmar que os trambiqueiros ainda existentes dentro do governo vão se dar mal, pois a Polícia Federal e o Ministério Público se sentirão a cada momento mais confiantes, diante da cobertura que têm da presidente da República.
Dilma Rousseff não parece ter interesses pessoais, nem comprometimento com grupos empresariais. Não parece estar comprometida com lobistas, nem dominada por interesses partidários sujos. E, assim, quem pisar na bola vai dançar.
Esta é a leitura atual. Nada indica que haverá mudança de rumo. Para completar, com o ministro Joaquim Barbosa presidindo o Supremo Tribunal Federal e o Conselho Nacional de Justiça, o cerco à corrupção será ainda maior.
Este é um momento excepcional no Brasil, que coincide com a realização de uma Copa do Mundo e uma Olimpíada, focos reconhecidos de desvios de verbas bilionárias. Portanto, espera-se que muitos administradores inescrupulosos, envolvidos com esses dois projetos, tenham graves problemas policiais.
Se o Brasil perder o título de país da impunidade será melhor para todo mundo. Quem sabe, em compensação, não ganharemos títulos mais interessantes no esporte?
