
A Força-Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro prendeu, hoje (10), João Paulo Júlio de Pinho Lopes, ligado à corretora carioca Advalor Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda.
A ação como base a delação premiada de Luiz Carlos Velloso, ex-subsecretário de Transportes do Estado do Rio, que teve o acordo homologado pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), no ano passado.
A operação de boje cumpre mandados expedidos pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, e não tem como alvo pessoas com foro privilegiado.
No entanto, na delação, Velloso afirma que usou uma conta na corretora para receber dinheiro de propina vindo de empreiteiras e para movimentar valores para Augusto Nardes, ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), e para Júlio Lopes, deputado federal pelo PP-RJ e ex-secretário de Transportes do Rio.
A conduta de ambos é analisada em outras instâncias. Na ação de hoje, não há mandados contra Nardes, nem contra o parlamentar.
Em maio, Toffoli determinou uma busca e apreensão na casa do ministro do TCU, em ação que também teve como base a delação de Velloso. Na ocasião, foram apreendidos documentos e celulares.
Em dezembro do ano passado, o delator Velloso foi interrogado por Bretas, em processo que apura suposta corrupção na construção da Linha 4 do Metrô do Rio. Na audiência, o ex-subsecretário disse que R$ 3,5 milhões pagos por empreiteiras como propina, especialmente a Odebrecht, passaram pela Advalor.
Parte era para ajudar na campanha de Julio Lopes. Do total, afirmou, o deputado e ele ficaram com mais de R$ 1 milhão para pagar contas pessoais.