RENATO RIELLA
Por onde passo, pessoas diversas demonstram ansiedade sobre a política brasiliense, até mesmo querendo saber qual governador vai ser eleito no próximo ano. A resposta é óbvia: não dá para prever nada.
Neste momento, por exemplo, PMDB e PT discutem em termos nacionais a manutenção da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, em clima de muita contestação.
A ordem é empurrar com a barriga as crises. É o caso do Rio de Janeiro, onde os petistas defendem a candidatura do senador Lindbergh e querem sair logo do governo Sérgio Cabral.
A ordem de Lula, o dono do PT, é para que todos se contenham. Ele tenta manter o PT no governo Cabral até março, quando as coisas podem estar mais claras.
PT e PMDB têm problemas graves de distanciamento em lugares como Ceará, Maranhão, Bahia, Mato Grosso do Sul e muitos outros.
No DF, aparentemente, o governador Agnelo Queiroz e o vice Tadeu Filipelli se entenderam – mas ninguém jura que isso é verdade. No PMDB brasiliense, há corrente forte defendendo a candidatura de Filippelli a governador, mas o provável é que ele permaneça na chapa formada junto com o PT, se esta chapa sobreviver a diversos possíveis tsunamis.
Enquanto a definição final de Agnelo-Filippelli não ocorrer, nada acontecerá. Fica aquela discussão interna em cada partido, mas vem aí o recesso, depois o Carnaval e só a partir de março as discussões ficarão mais intensas.
Vejam só o PSDB, que teoricamente seria o maior foco de oposição ao Palácio do Buriti. Esse partido, que pode aglutinar outros numa frente em 2014, tem o deputado Luiz Pitiman como provável candidato a governador, mas o também deputado federal Izalci quer essa posição e não abre mão de ser o escolhido.
Reguffe é o candidato do PDT a governador, mas ninguém confia nisso. Rodrigo Rollemberg certamente será o candidato do PSB, pois tem mais quatro anos de mandato no Senado e não perde nada se perder a eleição de governador. Eliana Pedrosa se movimenta para disputar o governo, mas poderá mudar de ideia se entender que pode se eleger senadora.
Dito tudo isso, vem o mais grave. Até julho, o quadro político no DF é todo provisório, por causa da enorme quantidade de candidatos importantes pendurados na Justiça. Há processos no STF, no STJ, na Justiça Comum, no TCDF, talvez até na ONU, que podem deixar muita gente boa pelo caminho – ou mesmo na Papuda.
Por enquanto, nas pesquisas de opinião, destaca-se Joaquim Roriz, mas quase ninguém acredita que ele conseguirá mesmo ser o candidato a governador. O famigerado José Roberto Arruda vem bem depois de Roriz nas pesquisas – mas dá para acreditar numa candidatura a governador tão bombardeada?
E assim vai.
Só dá para fazer previsão sobre eleição no DF depois da Copa do Mundo – em julho. Guarde o seu voto até lá. E mantenha-se bem informado, para não ser enganado de novo.