O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, decidiu revogar o decreto de lei marcial que havia assinado mais cedo, hoje (3), depois que a Assembleia Nacional do país aprovou por unanimidade uma resolução derrubando a medida.
“Retiramos as tropas mobilizadas para as atividades relacionadas à lei marcial”, anunciou Yoon em uma transmissão ao vivo a partir do escritório presidencial, segundo a agência de notícias estatal do país, a Yonhap.
Apesar de proibida de funcionar pela lei marcial, a Assembleia Nacional conseguiu se reunir logo após o anúncio do decreto para revogá-lo. Agentes das forças da lei marcial do presidente chegaram a entrar no prédio do parlamento, mas se retiraram logo depois. Houve manifestações na noite de terça-feira (horário local) na capital, Seul.
Yoon Suk-yeol surpreendeu o mundo ao decretar lei marcial em uma das democracias mais importantes da Ásia, restringindo uma série de liberdades civis. Em seu pronunciamento, ele justificou a medida como uma forma de conter “ameaças das forças comunistas norte-coreanas e erradicar as forças antiestatais”.
No entanto, o momento atual mostra um problema que a Coreia do Sul enfrenta há décadas: uma forte polarização política. Neste caso, o centro da disputa é a queda de braço entre Yoon Suk-yeol, do Partido do Poder Popular, e a Assembleia Nacional.
O Legislativo é comandado pela oposição, que detém 170 dos 300 assentos — o Partido do Poder Popular, ao qual o presidente pertence, possui 108 cadeiras.