RENATO RIELLA
Há termos de comparação bastante úteis para defender essa tentativa do GDF de terceirizar a instalação do Parque Tecnológico Capital Digital, aqui em Brasília.
Lembro, por exemplo, da polêmica em 1997, quando o governo Cristovam decidiu entregar o Pontão do Lago Sul a uma empresa privada, em licitação.
Na época, fui grande opositor a esta ideia. Estava como diretor-executivo da Fecomércio e dei trabalho ao administrador do Lago Sul, Abdon Henrique, que participou de debates explicando a proposta.
Hoje confesso que sou fã do Pontão. Nem sei qual a empresa privada que explora aquele espaço há quase 20 anos e muito menos posso calcular o lucro que obtém. Mas atesto que a terceirização foi importante, oferecendo à população brasiliense um espaço bem cuidado, aberto à sociedade, modelo de administração.
Há restaurantes que funcionam no Pontão há muitos anos (Bargaço, Mormai, Bier Fass). Os espaços para eventos são alugados sem reclamação por parte dos clientes. Já fiz diversos eventos na área, com grande sucesso. Imaginem se o Tribunal de Contas do DF e outras áreas da cidade tivessem impedido essa negociação?
Lamento que o Parque da Cidade de Brasília não adote solução semelhante. Administrado pelo governo, vive sem banheiros, nem bares, nem restaurantes – nem nada.
O Aeroporto JK, recém-privatizado, dentro de pouco tempo terá outra dinâmica. Há anos, vivia em decadência, com espaços sendo fechados por má administração.
Assim, acredito que a Parceria Público-Privada do Parque Capital Digital vai superar as ameaças e se concretizar. Com o tempo, as empresas interessadas em se instalar no local vão negociar condições de viabilidade com o consórcio vencedor da licitação e teremos um espaço feliz, igual ao Pontão, independente do lucro que cada um obtiver.
O que importa é que o governo (e a Terracap) não vão investir mais de bilhão, como aconteceu no Estádio Mané Garrincha, o próximo a ser privatizado.
