RENATO RIELLA
Ando muito por todos os buracos do DF, livremente, coisa que os políticos e as autoridades não podem fazer. Por onde passo, todos me perguntam o que está acontecendo no GDF hoje e o que acontecerá no governo de Rodrigo Rollemberg.
Respondo que não sei. Não existe transparência, não parece haver o mínimo de coordenação entre o atual governo e o posterior. E mais: até ontem, ninguém na cidade parecia ter preocupação séria com isso.
Por coincidência, ontem me ligou o presidente da Fecomércio, Adelmir Santana (para mim, um ótimo senador), para discutir essa questão.
Sugeri que ele pedisse ao novo procurador-geral do DF, o jovem Leonardo Bessa, providências no sentido de exigir do governador Agnelo Queiroz e do governador Rodrigo Rollemberg informações sobre o abismo em que caiu Brasília.
Hoje leio no jornal que o procurador Bessa vai pedir informações ao atual governo. Pelo visto, está tomando essa medida antes de ser procurado por Adelmir Santana (será que grampeou meu telefone?)
Leonardo Bessa está fazendo o serviço pela metade. Ele tem poder para instalar um governo de transição transparente, que informe a cidade se os salários dos servidores de janeiro serão pagos, se os contratos da saúde vencíveis em 31 de dezembro serão renovados, se os professores poderão tirar férias, e como o GDF vai sobreviver de janeiro a março, etc.
A cidade acorda de manhã e não tem ônibus. Qual a negociação do futuro governo com as cinco empresas de ônibus recém-licitadas para oferecer esse serviço?
Jofran Frejat, na campanha eleitoral, prometeu suspender essas contratações das empresas de ônibus. O que pensa Rodrigo Rollemberg sobre isso?
Adelmir Santana deve se unir à OAB, à Fibra e a outros setores fortes da cidade para montar um governo de transição real, transparente, confiável, dentro da Procuradoria-Geral do DF.
Não podemos correr o risco de ver Brasília parar durante dois ou três meses.
A outra opção é a gente ouvir do futuro governador a garantia de que tudo está bem, sob controle, sem medo de nada. Por enquanto, o que sabemos é que ele quer montar um secretariado em nível de ministério.
Se ele fizer uma declaração forte que tranqüilize a cidade completamente, tiro até umas férias em janeiro e desligo o celular (estou precisando muito!)
Mas, como dormir em paz, à espera de um tsunami?
Procurador Leonardo Bessa, salve a gente desse pânico!
