Um escandaloso vazamento de documentos mostrou que brasileiros super ricos escondem quase R$ 20 bilhões, em oito mil contas secretas – e possivelmente ilegais – na filial suíça do banco HSBC. O Brasil precisa agir rápido, garantindo que eles não escapem da Justiça.
Segundo a ONG Avaaz, o governo brasileiro sabe quem está na lista de clientes e disse que está investigando, mas até agora não houve ação real para agilizar a investigação e punir os sonegadores e os banqueiros corruptos. Outros governos já estão agindo, mas cadê o Brasil?
O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, está de olho nessa nova crise, mas certamente vai demorar muito até tomar providência.
A história sobre o vazamento das informações, analisada pela equipe internacional de jornalistas, parece até que saiu da novela das 8.
Os bancos suíços liberavam grandes maços de dinheiro vivo e davam conselhos aos seus clientes sobre como esconder seus bens do governo. Na lista, contas secretas de traficantes de armas, vendedores de diamantes e de sangue, políticos e suspeitos de crimes procurados pela Interpol.
Os investigadores descobriram que clientes brasileiros estão entre os quatro maiores usuários dessas contas duvidosas e que 70% deles usavam contas numeradas sem identificação, um método famoso para guardar dinheiro de origem duvidosa. O que eles têm a esconder?
Segundo a Avazz, em um país tão apodrecido pela corrupção, onde mais de R$ 400 bilhões em impostos são sonegados anualmente, este escândalo é como um balde de água fria em todos os esforços de se combater os desvios.
Outros países já responderam ao escândalo. Investigar com profundidade esse esquema bancário é o mínimo que o novo Secretário da Receita Federal pode fazer para recuperarmos a fé na capacidade do governo de trabalhar para todos os brasileiros, não apenas para os mais ricos e influentes.