CEZAR MOTTA
Ah, se fosse eu…
1) Iria à tevê nesta segunda, pediria desculpas aos brasileiros, reconheceria que há uma gravíssima crise de representatividade, que é preciso um aperfeiçoamento das instituições democráticas, que é necessário atualizar os mecanismos de comunicação com a sociedade e prestar mais atenção às mensagens que vêm das ruas e aos anseios dos brasileiros;
2) Pediria ao país um prazo de 15 dias para apresentar propostas de reforma política, eleitoral, tributária, controle da corrupção. Essas propostas seriam então amplamente discutidas com a sociedade: lideranças partidárias, OAB, CNBB, governadores, prefeitos, juízes, representantes do Ministério Público. Para negociar com esses setores, designaria o vice-presidente Michel Temer.
3) Faria um apelo à unidade nacional e partiria pra uma reforma ministerial, chamando notáveis (sobraram raríssimos notáveis no país! !) para o governo. Gente acima de qualquer suspeita. Claro, isso depois de chamar os líderes partidários para uma conversa.
Sei que é delírio. Meu amigo Lourenço Cazarre lembra que Dilma iria preferir o suicídio a um pedido de desculpas.
E, claro, o PT não iria permitir uma rendição e a perda de espaço no governo.