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fev 15 2015

REFORMA POLÍTICA: SUPLENTE DE SENADOR É UMA ABERRAÇÃO

RENATO RIELLA

Estamos falando de reforma política, mas uma aberração vem sendo esquecida: a fórmula indecente dos suplentes de senadores.

Há algumas décadas, um pedreiro foi colocado numa chapa eleitoral como primeiro suplente de senador, por ser “confiável”. O verdadeiro senador morreu e ele ocupou uma cadeira no Senado durante alguns anos, sem abrir a boca nas sessões.

A regra em vigor é muito ruim. Funciona assim: antes da eleição, um político com muito voto, apto a se eleger, escolhe o seu primeiro suplente e o seu segundo suplente, segundo critérios quase sempre desonestos.

Nesta escolha pesam fatores vergonhosos. Iris Rezende escolheu sua mulher, Iris, que acabou assumindo o cargo durante alguns anos.

Edison Lobão teve seu filho Edinho, de péssima fama, como senador, por ser seu suplente.

ACM, o Malvadeza, quando morreu, também deixou um filho suplente no seu lugar, anônimo e apagado.  Etc, etc, etc.

 

SUGESTÃO: EMPOSSAR O SEGUNDO MAIS VOTADO

 

É preciso mudar isso. A fórmula mais aceitável é empossar o segundo mais votado no estado, caso o senador eleito morra, caso renuncie, seja cassado ou fique maluco.

Enquanto isso não for decidido, ficaremos com esses dois suplentes de senador escolhidos sempre de forma torta – e sem votos.

Há duas décadas, o senador que seria eleito no Amazonas já tinha nome: Gilberto Mestrinho, ex-governador, apelidado de Boto Tucuxi, um político perigoso. Sem dinheiro para a campanha, ele fez acordo com o então muito rico Vagner Canhedo, que acabou inscrito na chapa como primeiro suplente, sem ter voto nenhum no Amazonas.

O acordo dizia que Mestrinho, já velho, cumpriria somente quatro anos de mandato. Os quatro anos finais seriam do “senador Canhedo”. É claro que o tal Boto Tucuxi não cumpriu. Canhedo, considerado muito esperto, tomou um cano de alguns milhões.

É preciso acabar essa negociata na escolha dos suplentes. Senador não precisa ter suplente. Basta, como já disse, que se emposse o segundo mais votado.

 

NO DF, A COISA NÃO É DIFERENTE

Vendo a história política de Brasília, encontramos situações que merecem ser citadas. Por exemplo, o suplente de Valmir Campelo era um publicitário de péssima fama, chamado Leonel Paiva, que acabou cumprindo alguns anos de péssima performance no Senado.

Quando Cristovam Buarque virou ministro da Cultura de Lula, deixou um suplente absurdamente inútil no seu lugar (quem? quem?)

E assim seguem as coisas. Suplente é coisa do demo e precisa acabar.

 

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