A Companhia de Saneamento do Distrito Federal (Caesb) entregou para a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento (Adasa), ontem (23), o plano de ampliação do racionamento de água em Brasília. Diante do possível cenário de até 48 horas sem fornecimento, brasilienses passaram a questionar se as caixas d’água instaladas são suficientes para o período.
O especialista em saneamento e meio ambiente Adauto Santos disse que um reservatório básico, de cerca de 500 litros, “não consegue suportar todos esses dias de falta de água”. Para ele, o modelo acabará penalizando a população de baixa renda do DF – que não tem condições de ampliar a estocagem.
“A população de baixa renda costuma consumir até 10 metros cúbicos [10 mil litros] de água. Usa a água apenas para as necessidades. São os consumidores que menos gastam. Essa população não tem condição financeira para comprar mais reservatórios.”
O professor de manejo de bacias hidrográficas da Universidade de Brasília, Henrique Leite Chaves, afirmou que, apesar da preocupação, a população do DF não pode pensar apenas no abastecimento de suas próprias casas, mas “na água de todos”. “O barco é o mesmo ”.
“Mais caixas d’água diminuem a chance de ficar sem água, porém aumentam o consumo de água. E nós atingimos 9% no Descoberto . As medidas adotadas pelo governo não estão erradas. O que está errado é o ‘timing’ em que elas foram incorporadas.”