A Rússia recusou hoje (30) o apelo dos Estados Unidos para cortar o comércio e os laços diplomáticos com a Coréia do Norte, depois do lançamento de um míssil na quarta-feira, pedindo o restabelecimento de conversações ao mesmo tempo que acusa Washington de querer “provocar” Pyongyang.
“A nossa posição é negativa: enfatizamos repetidamente que a pressão das sanções está esgotada e que todas essas resoluções, que impuseram sanções, implicaram necessariamente retomar um processo político,retomar as negociações”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, citado pelas agências russas.
O chefe da diplomacia de Moscou considera que “os recentes passos dados por Washington parecem ser deliberadamente destinadas a provocar Pyongyang para tomar algumas decisões difíceis”, disse Lavrov à agência Tass. Sergey Lavrov disse ainda que os EUA não são completamente claros em relação a Pyongyang.
No início da semana passada e apesar de a Coreia do Norte não ter testado qualquer míssil desde o início de setembro, a administração Trump voltou a assestar baterias contra Pyongyang. A Coréia do Norte voltou a ser incluída na lista de países patrocinadores do terrorismo, de onde tinha sido retirada em 2008, durante a administração George W.Bush. Uma medida considerada “ultrajante” pelo ministro dos Negócios Estrangeiros norte-coreano e implica novas sanções comerciais por parte dos EUA contra a Coréia do Norte.
Washington ignorou também que o presidente chinês Xi Jiping tinha enviado um “emissário especial” a Pyongyang, numa tentativa de abrir caminho a negociações. Pequim admitiu vir a acompanhar o endurecimento de sanções das Nações Unidas contra o regime de Kim jong-un. “Um embargo total ao petróleo é improvável, mas a China deverá apoiar sanções mais duras do que as aprovadas em setembro pelo Conselho de Segurança da ONU”, afirmam fontes diplomáticas citadas na edição desta sexta-feira pelo “South China Morning Post”.