Uma análise realizada pelo Laboratório de Resíduos de Pesticidas do Instituto Biológico de São Paulo mostrou que diversos alimentos à venda em São Paulo e Brasília contêm resíduos de agrotóxicos acima do limite máximo permitido.
Muitos chegam ao consumidor com a presença de mais de um tipo de pesticida, levando ao chamado efeito coquetel das substâncias químicas. E em outros tantos, foi detectada a presença de resíduos de substâncias não permitidas para aquele alimento e até de agrotóxicos que são proibidos no Brasil.
A avaliação foi feita à pedido da ONG Greenpeace com mais de 100 quilos de alimentos como arroz, feijão, frutas, verduras e legumes. Os resultados compõem um dossiê da organização sobre agrotóxicos divulgado hoje(31)nesta terça-feira.
Detalhando as informações, o dossiê mostra que das 50 amostras testadas, 30 continham resíduos tóxicos. Dessas, 13 apresentavam agrotóxicos não permitidos no Brasil.
Marina Lacôrte, especialista do Greenpeace em agricultura e alimentação, recomenda que quem tem acesso ao alimento orgânico compre estes produtos. “É um pedido que não dá para fazer a todo mundo”, reconhece. Isso porque os alimentos orgânicos costumam custar em torno de 30% a 40% a mais que os convencionais. Quem não puder comprar orgânicos, a dica é lavar muito bem os alimentos e esfregar com uma escova quando possível, inclusive as cascas das frutas que são consumidas sem casca, como a melancia e a laranja.
O Greenpeace enviou para o laboratório 113 quilos de alimentos de diferentes estabelecimentos de São Paulo e Brasília em setembro. Os alimentos analisados foram: arroz branco e integral, feijão preto e carioca, mamão formosa, tomate, couve, pimentão verde, laranja, banana nanica e prata e o café. De todos os alimentos, as amostras de café foram as únicas que não apresentaram nenhum resíduo.