A Semana Nacional de Conscientização sobre Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) será celebrada a partir deste ano, com início amanhã 1º). A data foi instituída a partir da Lei nº 14.020, de 6 de julho de 2020, aprovada pelo Congresso Nacional em junho e sancionada em julho.
O objetivo é conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico e do tratamento precoce. O TDAH é um transtorno neurocomportamental, mais frequente na infância e no sexo masculino, e que acompanha a pessoa até a vida adulta. Segundo a Associação Brasileira de Déficit de Atenção (ABDA), o distúrbio acomete de 3% a 5% das crianças em idade escolar no mundo.
São três os principais sintomas: desatenção, hiperatividade e impulsividade, que podem aparecer de forma isolada ou conjunta. No primeiro, a pessoa tem dificuldade, por exemplo, de concentração e de seguir instruções. Na hiperatividade, o comportamento envolve movimentação constante e dificuldade em manter-se quieto, enquanto o último sintoma pode levar a respostas precipitadas e dificuldade de espera. Esses sintomas podem ainda ser divididos entre leve, moderado e grave, conforme o impacto que causam.
“Os sintomas devem sempre estar presentes antes dos 12 anos de idade e ocorrer em pelo menos dois ambientes, ou seja, não somente em casa ou na escola. Eles (sintomas) podem interferir no funcionamento social, acadêmico e profissional da pessoa”, explica Letícia Brito Sampaio, neurologista infantil e membro da Academia Brasileira de Neurologia.
Segundo a neurologista infantil, o diagnóstico do TDAH é clínico, ou seja, não há um exame para detectá-lo. “Estudos mostram que pais que têm diagnóstico de TDAH apresentam riscos de 2 a 8 vezes maior de seus filhos apresentarem o mesmo transtorno, com risco semelhante entre os irmãos”, destaca Letícia.
O início do tratamento precoce é parte fundamental para pacientes com TDAH. O método é multiprofissional, composto por orientação aos pais, participação da escola, terapia cognitiva comportamental e tratamento medicamentoso. Este último, desde o diagnóstico confirmado, também é essencial para diminuir os sintomas do TDAH e dos transtornos disruptivos associados. “É superior às terapias adjuvantes (tratamento que é feito de maneira complementar após a realização de um procedimento principal), principalmente no início do tratamento”, esclarece Letícia Brito.
O tratamento é feito com base na idade e na presença ou não de comorbidades, como transtorno disruptivo de comportamento ou comportamento opositivo desafiador. Em crianças pré-escolares, o procedimento inicial prevê intervenção psicossocial e participação da família. Em casos em que não há melhora e que há prejuízos de desenvolvimento social, por exemplo, pode haver medicação estimulante. Em crianças, adolescentes e adultos, transtornos como o de ansiedade e o de humor devem ser tratados antes do TDAH, quando diagnosticados simultaneamente ao Déficit de Atenção.
Fonte: Brasil 61
Foto: EBC