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mar 13 2015

SERÁ QUE A POLÍCIA DE ROLLEMBERG PASSARÁ NO TESTE DO DIA 15?

RENATO RIELLA

Não é só a presidente Dilma Rousseff que deve estar sem dormir direito.

O governador Rodrigo Rollemberg nunca imaginou que, no terceiro mês de governo, iria ver a sua cidade (a nossa cidade) pegar fogo.

Neste domingo (15), a estrela do novo governador será testada da forma mais intensa.

Nas mãos dele estará o comando da segurança de centenas de milhares de pessoas que pretendem protestar contra este triste Brasil de hoje.

Isso mesmo: há quem preveja mais de 200 mil pessoas nas ruas de Brasília no domingo. Se a Polícia de Rollemberg apertar muito, ele entrará na história como um anti-democrático, cerceador do direito de manifestação expresso na Constituição.

Se a Polícia relaxar e a manifestação acabar em caos ou em tragédia, o governador pagará o preço também, sendo acusado de incompetente na administração das grandes crises.

O mais provável é que nada de problemático aconteça. Vemos a perspectiva de um protesto pacífico, feito por famílias, até com crianças, em defesa de um Brasil decente. Mas não dá para subestimar nada.

 

EM 1992, RORIZ DEMONSTROU COMPETÊNCIA

A propósito, já relatei aqui o que aconteceu em 1992. O famigerado presidente Collor, desmoralizado, pediu ao povo de Brasília que fosse para a Esplanada vestido de verde-e-amarelo, em apoio ao seu mandato.

O tiro saiu pela culatra. Milhares de pessoas programaram uma passeata de preto em Brasília.

Roriz era o governador. Ele reuniu o secretariado antes da manifestação. Eu estava lá e dou testemunho.

Depois de ouvir todo mundo, o governador determinou ao secretário de Segurança Pública, o digno e respeitado coronel João Brochado, que garantisse a mais plena liberdade de expressão a todos os brasilienses (Brochado está vivo e pode confirmar isso).

Roriz pediu que a Polícia fosse para a Esplanada para proteger o povo. Porém, determinou que se estabelecesse uma segurança rígida para o Palácio do Planalto, que não podia ser invadido “em hipótese alguma”.

É interessante lembrar que, naquele tempo, o povo não tinha interesse de invadir nem quebrar o Congresso Nacional, que hoje vive desmoralizado, correndo riscos diante de qualquer protesto.

E assim o povo de Brasília foi para a Esplanada. Conseguiu dar o tom na queda do Collor, que acabou cassado pela voz das ruas de Brasília.

Roriz deu muita sorte, mas realmente administrou bem a crise, com grande consciência cívica. Seu governo tinha, em 1992, absurda aceitação pública, o que lhe dava muita autoridade

Como Rollemberg se portará, estando à frente de um governo submetido a uma crise sem precedentes em todas as áreas?

Vamos rezar por ele e por todos os brasilienses. Estaremos lutando por um Brasil melhor, sem medo de ser feliz.

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