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maio 20 2015

SERÁ QUE DESTA VEZ SAI A FERROVIA PARA O PACÍFICO?

Na década de 90, a convite do governo do Japão, passei por treinamentos em Tóquio, voltados para questões comerciais e de economia em geral.

Na oportunidade, perguntei a um especialista porque não havia uma ligação entre o Brasil e o Oceano Pacífico, de preferência por via férrea.

A explicação do especialista foi totalmente política: “Os Estados Unidos não deixam”. Passados mais de 25 anos, vejo que ele tinha razão. Será que hoje estamos preparados para mudar esta realidade?

A presidente Dilma Rousseff e o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, acham que sim. Eles assinaram um plano de cooperação até 2021 que pode revolucionar a ligação entre os dois países.

Brasil e China firmaram 35 acordos, entre eles um que trata de estudos de viabilidade para construção de uma ferrovia ligando o oceano Atlântico ao Pacífico, passando pelo Brasil e Peru.

A China também deverá investir US$ 7bilhões de dólares na estatal Petrobras.

Segundo a explicação de Dilma Rousseff, “a ferrovia vai cruzar o país de leste a oeste, portanto, o continente, porque ligará o Oceano Atlântico ao Pacífico. É um novo caminho que se abrirá para a Ásia, reduzindo distâncias e custos. Um novo caminho que nos levará diretamente ao Pacífico, até os portos da China”.

De acordo com Dilma, os atos assinados representam investimentos de US$ 53 bilhões e abrangem áreas de planejamento estratégico, infraestrutura, transporte, agricultura, energia, mineração, ciência e tecnologia, comércio, entre outras.

 

DE VOLTA A EXPORTAÇÃO DE CARNES

Na lista, está o acordo para retomada das exportações de carne brasileira para a China, interrompidas desde julho de 2012. Durante a visita do presidente chinês, Xi Jinping, em julho do ano passado, o fim do embargo chinês à carne brasileira foi anunciado, mas faltava a assinatura de um protocolo sanitário.

“É o marco jurídico necessário para a retomada da exportação de carne bovina para a China, de forma sustentável, que será implementada com a habilitação feita pela China dos primeiros oito estabelecimentos brasileiros. Reiterei interesse em tornar efetivo o processo de habilitação de novos estabelecimentos produtores de carne bovina, suína e de aves”, disse a presidente.

Segundo Dilma, mais nove frigoríficos brasileiros estão na lista aguardando a habilitação para voltar a exportar para a China.

A presidente lembrou que a China é o principal parceiro comercial do Brasil e defendeu a ampliação de investimentos, o comércio mais intenso, aberto e diversificado entre os dois países e o aperfeiçoamento de parcerias em educação, ciência e tecnologia.

Dilma destacou que Brasil e China devem se unir para cobrar mudanças no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e nos órgãos financeiros multilaterais, como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

Segundo Li Keqiang, o fortalecimento da parceria entre Brasil e China pode ajudar a proteger as economias emergentes das dificuldades econômicas internacionais.

A lista de acordos entre Brasil e China inclui a compra de aviões da Embraer e de minério da Vale, a construção de um satélite, investimentos de US$ 7 bilhões em projetos da Petrobras, a construção de um polo siderúrgico no Maranhão e até cooperação esportiva para as modalidades de tênis de mesa e jogo de peteca.

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