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maio 08 2013

SIROBA MORREU. Saiba quem foi ele (vale a pena saber)

RENATO RIELLA

Você provavelmente nunca ouviu falar de Sílvio Roberto de Farias, o Siroba. É uma pena! Mas ele morreu há sete dias. Fiquei sabendo do fato apenas ao ler hoje um comunicado fúnebre no Correio.

Personalidades marcantes da vida de Brasília desaparecem assim, como o apagar de uma estrela a bilhões de anos-luz da terra. E Siroba foi uma estrela interessante e única.

Nas décadas de 70 e 80, destacou-se como um dos desenhistas mais incríveis do mundo, embora de relativa fama local. Fazia caricaturas inigualáveis e charges em jornais, entre outras criações. Mas, além disso, foi pessoa de perfil surpreendente, chocante na vida desta cidade.

Enorme (mais de 1,80m), parecia o famoso personagem Brucutu, com cabelo e barba revoltos. Vivia vestido de forma extravagante e circulava algumas vezes descalço. Mas não era vagabundo, não! Foi durante algum tempo um dos melhores projetistas de casa em Brasília (embora não formado em Arquitetura, como me confessou ao refazer uma casa minha).

Entre muitas outras fases, trabalhei com ele no Ministério do Interior, na década de 70. Foi o ministério mais forte da Esplanada durante anos e anos, o primeiro ao lado da Catedral (é o prédio mais novo, hoje com outras ocupações).

Siroba fazia capas e ilustrações para a revista Interior, de grande porte nacional (55 mil exemplares). Ele chegou pela manhã na portaria do ministério sem sapatos (descalço, com os dedos de fora) e foi barrado.

Falei com Valéria Velasco, que era chefona no ministério (mulher forte na Esplanada), expliquei a situação. Ele acabou subindo nessa estranha situação até o sétimo andar (o andar do ministro). Trabalhamos normalmente e pronto: foi embora.

Siroba era extravagante e genial. Morreu discretamente, mas era exuberante. Fará falta. Espero que o Correio Braziliense faça uma reportagem de segundo caderno registrando a memória desse grande artista e grande ser humano.

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