RENATO RIELLA
Aprendi na reportagem policial que a divulgação de suicídios gera outros suicídios, principalmente nos casos espetaculosos ou de grande emoção.
Diante disso, o mundo pode temer, nos próximos tempos, novos episódios trágicos gerados por pilotos ou co-pilotos.
Uma ex-namorada de Andreas Lubitz, o alucinado que provocou 150 mortes nos Alpes, lembrou do desabafo dele, que prometeu gerar um fato que abalaria o mundo. Queria ficar famoso…
Em Brasília, na década de 80, era comum suicídio na Torre de TV. Até que os jornais fizeram o pacto de não divulgação e esses casos tornaram-se raros. Mesmo assim, tempos depois, foram instaladas grades na Torre.
Tivemos no shopping Pátio Brasil mais de dez suicídios de jovens, nessa mesma condição. Quando havia a divulgação das mortes, tempos depois outros rapazes e moças repetiam a tragédia. Hoje, há vidros nos andares do shopping que impedem o salto para a morte.
No caso dos pilotos ou mesmo dos rapazes que produzem assassinatos em massa no mundo, as ocorrências podem ser reduzidas se uma entidade como a ONU (Nações Unidas) lançar campanha pedindo que os nomes e as fotos dos causadores das mortes deixem de ser divulgados.
Quem quiser morrer e matar, deve ficar sabendo que não terá notoriedade. Mas, enquanto isso não acontece, podemos temer o pior. (É claro que não se enquadram nessa situação os atentados provocados por fanáticos religiosos).
No meio disso tudo, surgem até piadas. Dizem que em Portugal foi dada uma ordem: se o piloto sair da cabine, o co-piloto tem de acompanhá-lo…
No resto do mundo, os estrategistas quebram a cabeça, mas não encontram uma saída segura para evitar novos desastres provocados por pilotos malucos. Enquanto isso, permanece sem esclarecimento o grande desastre da Malásia, provavelmente também gerado por um desequilibrado.
Diante de tantos temores, vale a recomendação: na dúvida, que seja afastado o profissional com problema mental. É duro, mas é a única saída.