RENATO RIELLA
Este é um BLOG sem marketing, que tem dez a vinte leitores fieis, mas quando abordamos coisas complicadas da política local mexemos nos formigueiros. É um alvoroço!
Assim, de ontem para hoje peguei gosto e afirmo que Tadeu Filippelli transformou-se na incógnita do quatro político de Brasília. Está todo mundo esperando ele se mexer para tomar qualquer decisão. Boatos correm, mas arrancar confirmação do Tadeu é mais difícil do que encher estádio no DF.
O certo é que Filippelli pode decidir permanecer na chapa do governador Agnelo Queiroz, mantendo a dobradinha PT-PMDB. Pode confirmar os boatos, optando por fazer uma chapa com Liliane Roriz de vice. E pode, simplesmente, disputar a eleição de governador pelo PMDB, dispensando o reatamento de relações com Joaquim Roriz.
Não há prazo para definição, mas quanto mais demorar, pior pra todo mundo. O recente encontro de Roriz e Filippelli num local público, quando se abraçaram, como se estivessem de novo em plena amizade, alimentou esperanças de volta aos velhos tempos. Mas não surgiram ainda indicações de que os dois estejam negociando futuras alianças.
MÁGOAS ENTRE DOIS
POLÍTICOS SÃO ANTIGAS
Tadeu Filippelli e Roriz são mutuamente traumatizados. Sou testemunha de que o hoje vice-governador foi escanteado por Joaquim Roriz nos anos de 2002 e 2006, quando esperava ser lançado candidato ao Senado e teve de se contentar com a cadeira de deputado federal.
Depois disso, Tadeu afastou-se da profunda ligação familiar que tinha com a clã dos Roriz e, mais do que isso, praticamente expulsou o ex-governador do PMDB. É difícil superar tanto desencontro entre dois homens, mas não existe traição em política. Em política, os interesses é que prevalecem e todas as forças estão prontas para perdoar – se valer a pena.
Assim, não me surpreenderei se esses dois homens públicos saírem juntos de rua em rua, de casa em casa, na eleição de 2014. Boa parte dos eleitores vai comemorar essa volta ao passado.
Em política não existe clima de casamento. Nesse sentido, a ligação atual entre Filippelli e Agnelo Queiroz não pode ser definida nem mesmo como sociedade. É apenas um acordo de convivência, sem assinaturas, nem testemunhas, nem multas rescisórias. Vale enquanto estiver valendo.
AJUDEI NA APROXIMAÇÃO
ENTRE O PMDB E O PT
Já mostrei aqui neste BLOG de vinte leitores inteligentes que participei da formação da chapa PT-PMDB. Em 2009, logo depois da Caixa de Pandora, organizei na minha casa dois cafés da manhã entre o então presidente do PT, Chico Vigilante, e o até hoje presidente do PMDB, Filippelli.
Os dois tinham péssima relação pessoal. Nesses dois encontros, com minha intermediação, conseguiram se entender, acabando por escolher o não-petista Agnelo Queiroz para cabeça de chapa (do segundo encontro, participou o deputado Chico Leite como testemunha).
Naquele momento, me envolvi nessa negociação porque não podia aceitar que os arrudistas se organizassem para continuar desorganizando a cidade. Era um instante especial, crítico. Agora, não! Agora há plena normalidade e o que acontecer será visto como conseqüência da democracia vigente no país.
O certo é que Filippelli deve ter noção da importância da sua decisão. Chego a dizer que ele, na fase atual de Brasília, seria o melhor governador, pelo portfólio político que acumula.
Tadeu fez milhares de obras, sem escândalos. Quando presidente da SHIS, entregou mais de cem mil lotes, sem nenhuma denúncia de irregularidade, mesmo sofrendo fiscalização intensa do PT, do Ministério Público e da imprensa.
Mas ser o melhor nome para governar não é suficiente. É preciso ser o melhor candidato. E Tadeu Filippelli tem o grave defeito de dizer não, com todas as letras, a eleitor: “NÃO!”
Isso é quase fatal!
Daí as incertezas da política em Brasília. Hoje não há nenhum nome com carisma suficiente para ganhar a eleição em 2014. E enquanto Filippelli não decidir para onde vai soprar o seu vento, nada acontecerá.
1 comentário
Marily
10 de fevereiro de 2014 em 11:45 (UTC -3) Link para este comentário
Gostaria de saber sua OPINIÃO sobre a pre candidatura do pitiman.