A pesquisa semanal do BC, feita junto às instituições econômicas, mostra que o mercado financeiro não espera mais por aumento da taxa básica de juros, a Selic, este ano.
Na semana passada, o mercado financeiro temia por mais um aumento de 0,25 ponto percentual na Selic, mas essa alta ocorreria somente em dezembro.
A Selic foi mantida em 11% ao ano por decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, na última quarta-feira (28). A Selic havia passado por nove altas seguidas em reuniões anteriores do Copom.
Entretanto, em 2015, os analistas das instituições financeiras esperam que a Selic volte a subir. A expectativa é que a taxa básica chegue ao final de 2015 em 12% ao ano.
Em ano eleitoral, dificilmente a taxa de juros subirá mais. Na verdade, a marca de 11% já é uma derrota pessoal para a presidente Dilma Rousseff, pois na campanha de 2010 ela prometeu que baixaria a Selic para um dígito. Conseguiu durante algum tempo, mas não resistiu à pressão inflacionária.
A Selic é usada como instrumento para controlar a inflação. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.
Ao manter a Selic no mesmo patamar, a sinalização é que as elevações anteriores foram suficientes para provocar os efeitos esperados na economia. O BC tem reiterado que os efeitos de alta da taxa básica se acumulam e levam tempo para aparecer.