«

»

jul 19 2013

TCDF COMETE O MAIOR ERRO DA SUA VIDA AO SUSPENDER O PARQUE CAPITAL DIGITAL

  RENATO RIELLA

O principal projeto da vida de Brasília foi embargado pelo Tribunal de Contas do DF (TCDF), numa sessão que contou com a presença de apenas cinco conselheiros – e que entrará na história como um erro sem explicação.

Trata-se do embargo ao Parque Tecnológico Capital Digital (PTCD), um sonho discutido em diversos setores de Brasília desde 1999, que agora tem tudo para se concretizar – se o TCDF deixar.

A licitação foi feita pela Terracap na última quinta-feira, a partir de um edital discutido durante cerca de um ano por diversas áreas da economia do DF.

Os conselheiros do Tribunal usam um argumento inaceitável. O de que não se justifica uma PPP (Parceria Público-Privada), pois o projeto não é de interesse da sociedade, e sim apenas dos empresários.

Isto é: não viram e não gostaram.

Na verdade, o Parque Tecnológico será um ambiente de elevadíssimo nível, reunindo empresas, centros de treinamento, institutos de pesquisas, estudantes de Tecnologia da Informação (TI) e áreas complementares diversas, com praça de alimentação, hotel de passagem e muitos outros itens. O projeto nasceu, nos últimos dois anos, de estudos profundos feitos pela Universidade de Brasília.

O mais importante (e incrível) é que o PTCD apresenta-se como um estádio ao inverso. Enquanto o Mané Garrincha gerou despesa na faixa mínima de R$ 1,2 bilhão, o Parque Tecnológico atrairá para Brasília R$ 1,3 bilhão, que é o valor mínimo de investimento garantido pelo consórcio vencedor da licitação.

Uma grande empresa de tecnologia da Espanha (Gaia) uniu-se a uma construtora de Anápolis e a outra empresa de tecnologia do Paraná. O Consórcio Ibero-Americano, que se habilitou para assumir o PTCD, garantiu uma fiança internacional de R$ 130 milhões, comprovada pelo BRB.

Nenhum empresário iria se dispor a arriscar montante tão alto para nada. Esse consórcio compromete-se a aplicar o valor de R$ 1,3 bilhão no prazo máximo de seis anos, construindo e implantando o Parque Tecnológico numa área de 123 hectares, perto do Balão do Torto, defronte ao Lago Norte. De 500 a 700 empresas de TI devem se instalar na área.

O terreno é da Terracap e continuará pertencendo a essa empresa imobiliária do DF, que se unirá ao Consórcio vencedor para formar uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), destinada a construir e explorar o PTCD durante 20 anos, prorrogáveis por mais 15 anos. Fechado esse período de 35 anos, a Terracap passa a ser dona única do empreendimento, que no período citado deverá ter crescido de forma incalculável.

O Sindicato das Indústrias da Informação do DF (Sinfor), tendo à frente o presidente Jeovani Salomão, acompanhou todas as fases, fazendo exigências necessárias na elaboração do edital. Pessoalmente, desde 1999, participei de todas as reuniões (dezenas e dezenas), inclusive das assembleias do Sinfor e das audiências públicas da Terracap, abertas ao público em geral.

Por exemplo, depois de muita discussão, ficou estabelecida a prioridade de se promover o desenvolvimento da Tecnologia da Informação no DF. No entanto, está aberta a perspectiva promissora de trazer para o pólo brasiliense grandes empresas de TI de porte internacional e nacional, que comporão um ambiente futurístico, abrindo grandes oportunidades para os jovens brasilienses.

Suspender essa negociação parece um ato de grave prejuízo à sociedade de Brasília, que saberá reagir, mostrando aos conselheiros do TCDF o inconformismo com a postura adotada na sessão de ontem.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode usar estas tags e atributos HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*