O presidente Michel Temer chegou a lavar as mãos sobre a Reforma da Previdência, dizendo que não tinha o apoio do povo, da imprensa e dos parlamentares, mas voltou atrás. Não pode ser subestimado nesta ofensiva para aprovar um projeto pelo menos razoável.
Hoje ele faz uma ofensiva poderosa, oferecendo jantar a deputados da base aliada, quando terá a oportunidade de defender diretamente sua proposta, a ser votada no início de dezembro (já há um consenso de que a votação em Senado ficará para 2018).
No Blog do Valdo Cruz e em outras publicações há o consenso de que o Palácio do Planalto ainda não possui os 308 votos necessários na Câmara, mas a capacidade de Michel Temer para mexer com interesses dentro do Parlamento não pode ser subestimada, esperando-se mais de 200 deputados no jantar de hoje.
Durante a reunião, o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), apresentará a versão mais enxuta da reforma.
O governo não abre mão de três pontos: idade mínima de 65 para homens e 62 para mulheres, regra de transição de 20 anos e unificação dos sistemas de aposentadoria dos setores público e privado.
Temer acha que o novo texto deve garantir uma economia de R$ 468 bilhões num prazo de dez anos, menos do que a previsão original, de R$ 760 bilhões. “Mas é melhor do que nada”, tem dito.
O Planalto convidou economistas para explicarem a reforma, como Marcos Lisboa, Samuel Pessoa e José Márcio Camargo.
A Reforma da Previdência, junto com a recuperação da economia, daria ao presidente Temer um balanço de governo muito bom ao final de 2018. Este é o raciocínio de todos os que vivem no Palácio do Planalto.