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maio 27 2013

Teste do Estádio Garrincha valeu a pena

RENATO RIELLA

Quem não foi ao jogo Santos x Flamengo perdeu um grande espetáculo. Todo mundo andou quilômetros, percorrendo o imenso estádio por fora à procura das entradas. Enfrentou-se filas, mas valeu a pena. A tarde foi inesquecível, apesar da relativa frieza da partida, que terminou em 0x0.

Mais de 63 mil pagantes geraram a maior renda do futebol brasileiro em todos os tempos (R$ 7 milhões), graças aos ingressos caros e ao Estádio Garrincha, que suporta público de até 72 mil pessoas.

Lá dentro, momentos inesquecíveis. Como diz o pessoal da Globo, o estádio de Brasília é fantástico, maravilhoso. As pessoas presentes se comportaram bem. Não vi cenas de brigas por lugares indevidamente ocupados e ninguém jogou porcarias no campo, embora a arquibancada tenha uma mureta bem baixinha e está bem perto do gramado.

Não vi briga de torcidas. Pra ser sincero, quase só havia gente com camisa do Flamengo. Aos 20 minutos do primeiro tempo, chegaram cerca de 1oo integrantes da torcida jovem do Santos, que sentaram-se e imediatamente foram cercados pela PM, como proteção mútua.

Vale dizer mil vezes que esses jogos atuais representam testes para o pessoal do estádio. Todas as falhas devem ser observadas para que, no dia 15 de junho, a Copa das Confederações possa ser aberta com o jogo Brasil x Japão, já com poucas deficiências. E reza-se para que, em junho de 2014, a Copa do Mundo seja realizada com o Estádio Garrincha pronto em todos os seus aspectos, inclusive no treinamento de pessoal.

Houve casos de falha no equipamento de leitura ótica. A passagem dos compradores de bilhetes nas máquinas de revista contra o uso de armas foi lenta. Quando ainda havia luz do sol, metade dos refletores se apagou, mas voltou a tempo de iluminar o campo quando começava a anoitecer.

Diante de tudo isso, cruzei com o governador Agnelo Queiroz e com o secretário da Copa, Cláudio Monteiro, num dos camarotes. Os dois estavam radiantes, com raro nível de felicidade nos olhos. O governo do DF jogou todo o seu prestígio na construção desse estádio e as coisas estão dando certo. 

Finalmente, a saída do estádio, depois das 18h, foi linda. Imagine mais de 60 mil pessoas descendo as rampas da nova construção em paz, quase todo mundo (menos eu) vestido com a camisa do Flamengo, em completa harmonia, dirigindo-se aos carros ou ao transporte público. Tudo muito brasiliense, em relativo silêncio, sem grandes explosões de alegria – até mesmo porque o Flamengo empatou.

E ficou na lembrança de todos o garoto Neymar, que embora vaiado pelos flamenguistas ao entrar no campo, acabou emocionando todo mundo, quando chorou de saudades na hora do Hino Nacional.

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