RENATO RIELLA
Pessoas diversas passam por nossa vida deixando ensinamentos, às vezes banais, mas inesquecíveis.
Com o famoso Joaquim Roriz, aprendi: “Ao longo da vida, defina dois ou três inimigos, no máximo. São aqueles que não dá para recuperar nunca. Todos os outros são amigos”.
Há outras lições de total simplicidade, muito úteis. Minha tia Aurora, santa total, me mostrou que unha do pé se corta depois do banho: “Fica molinha!” Sempre lembro dela nesse momento desagradável.
Trabalhei com o jornalista Nelson Cerqueira, há mais de 40 anos. Um dia, ele me passou uma lição do seu avô: “Depois do almoço, esteja onde estiver, faça um forte bochecho com água”. Repito este gesto sempre quando estou na rua, longe da escova de dente. Nelson hoje é importante professor universitário na Bahia e deve lembrar ainda desta lição.
Meu filho Gil, também do ambiente universitário, um dia estava comendo as sementes da melancia. Dava aquela dentada e mastigava a melancia com caroço e tudo. Perguntei o que era aquilo. Explicou: “Aprendi com meu avô Agenor”. Fui experimentar e repito sempre, de geração para geração. É ótimo!
Mas a principal lição veio da minha neta Cecilinha, sete anos. Perguntei se tinha ótimo relacionamento com todos os colegas da escola. Disse que sim. Quis saber como consegue isso. Ela respondeu discretamente: “Porque sou muito legal!”.
Fiquei pensando: é mais fácil seguir o conselho do Roriz.