IZILDA ALVES
Rosemary de Souza era uma diretora que não permitia tráfico de drogas na porta de sua escola. Hoje, foi assassinada a tiros na frente de sua escola, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
“Segundo a polícia, ela pode ter sido vítima de traficantes que insistiam em atuar na região a contragosto dela”, informa reportagem de O Globo.
Rosemary é mais uma vítima. Em São Paulo, a professora Edi Greenfeld, diretora da Escola Municipal Madre Joana Angélica de Jesus, em Guaianases, zona leste de São Paulo, foi assassinada com dois tiros na cabeça, a 50 metros do colégio.
Foi em 2002, quando a polícia declarava à imprensa: ” Os traficantes do bairro são suspeitos de terem ordenado a morte da professora, que não se conformava com a venda de maconha e cocaína para os alunos e com o pagamento de pedágio para que as crianças pudessem frequentar as aulas. ”
Enfatizo as frases que se repetem nos dois assassinatos: “Os traficantes do bairro”. Fico, então, me perguntando: para que serve a lei 11.343, que proíbe tráfico de drogas, portanto, traficantes no Brasil? .
O tempo passa e o poder do tráfico aumenta. Diretoras de escolas que lutam contra o tráfico nas portas de seus colégios continuem sendo assassinadas.
E como dizem representantes do governo , “o crime organizado….” Ora, se o crime está organizado é porque o governo não puniu os criminosos, facilitando, portanto, o crescimento de facções que hoje dominam até cadeias como estamos assistindo em várias cidades brasileiras.
Falha a punição e as vítimas passam a ser os pais, os professores, os alunos e as diretoras que tentam evitar que seus alunos sejam acuados por traficantes nas portas de escolas. Cadê o governo?
