RENATO RIELLA
O triste fim do Governo Agnelo Queiroz está marcado por uma situação simbólica que vi hoje de manhã em alguns pontos da Asa Sul.
Buracos profundos no asfalto estão demarcados com cones, para alertar os motoristas.
A cena foca dois ângulos do governo: a falta de manutenção na cidade e o excesso de cones, situação suspeita já denunciada neste BLOG algumas vezes.
No sábado passado, dia 20, Agnelo me telefonou longamente, à tarde. Deu cumprimentos de fim de ano e abordou os problemas. Defendeu veementemente a necessidade de fazer o Reveillon na Esplanada.
Falei que um dos fatos mais graves deste fim de governo é o atraso de salários. Milhares de servidores haviam dado cheques nos mercados, antes do Natal, que seriam devolvidos pelo BRB.
Ele disse que pagaria até a véspera de Natal, dia 24. Não pagou! O Correio de hoje mostra essa situação dramática. Agora, todos torcem para que consiga pagar até o dia 30 (se não, ficará para o próximo governo – e salve-se quem puder).
Há algumas semanas, fiz apelo à Procuradoria do DF, às federações do Comércio e da Indústria, e à OAB, para que obrigassem o governo que sai e o governo que entra (Rodrigo Rollemberg) e promover uma transição organizada.
Dias depois, apelei ao novo procurador do DF, Leonardo Bessa, para que usasse a sua autoridade e exigisse dos dois governos uma transição transparente.
Nada foi feito. Permaneceu o clima de desencontro público entre a equipe que sai e a equipe que entra.
Não há segurança nem transparência sobre o pagamento de salários e benefícios. Não se sabe quais contratos estão vencidos ou a vencer. Etc.
O futuro governador, Rodrigo Rollemberg, além de anunciar sua equipe básica, disse que há um buraco no caixa do DF de R$ 3,8 bilhões. E daí?
Agnelo, de concreto, não disse nada.
Assim, Deus nos acuda.
