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fev 03 2013

TRANSPORTES PODEM REELEGER AGNELO

RENATO RIELLA

 

O governador Agnelo Queiroz tem tudo para se viabilizar, quando a população puder reconhecer coisas importantes que estão sendo feitas. Mas não sei se o tempo (faltam menos de dois anos para as eleições) será suficiente para ocorrer esse entendimento na maioria da população. Hoje – sabemos – o desgaste dele é grande, quase infinito. E há muitas pedras no caminho.

Muito do que pode elevar Agnelo politicamente está em mãos do secretário de Transportes, José Walter. É o caso da licitação para contratar novas empresas de ônibus. Nós, mais esclarecidos, podemos dizer: “Finalmente um governo resolveu enfrentar o cartel dos ônibus”. Mas o povo, não! O povo quer ônibus bom e em quantidade suficiente agora, hoje, já, ali!

Tenho informação privilegiada, vinda dos grandes fabricantes de veículos coletivos brasileiros. Essas empresas hoje produzem muitos carros para o exterior e têm ainda um imenso Brasil para atender. Todas vêem com grande preocupação a licitação feita pelo meu amigo Zé Walter, que pretende colocar em circulação no DF milhares de ônibus fora do padrão de fabricação atual.

Os fabricantes de ônibus do Brasil ainda não receberam nenhuma encomenda das empresas que vão assumir o serviço no DF em função dessa nova licitação. Quando receberem pedidos, as fábricas terão meses e meses para adaptar suas linhas de produção a itens como cinto de segurança, ar condicionado, condições especiais para deficientes, portas do lado esquerdo e muitas outras sofisticações que Zé Walter e sua equipe, com apoio do governador Agnelo e do vice Tadeu Filippelli, querem oferecer aos brasilienses. Governar não é mole, não!

Um grave problema será a questão de pessoal. Sabemos que o Sindicato dos Rodoviários pode negoviar com novas empresas de ônibus a absorção de pessoal a ser demitido na transição do sistema, mas esta é uma operação difícil, pois os novos exploradores das linhas de ônibus chegarão com política de recursos humanos própria, querendo fugir dos vícios antigos. Nesse ponto a população será mesmo penalizada com greves e operações-relâmpago. Vale lembrar que a data-base para negociação salarial dos rodoviários é maio, quando esses conflitos estarão no auge. É problema demais para qualquer governo resolver.

 

FAIXAS EXCLUSIVAS

NÃO SÃO AVALIADAS

O governo Agnelo impôs a grande parte da sociedade brasiliense o sacrifício da faixa exclusiva para ônibus. Todos os que andam nos próprios carros tiveram uma queda na qualidade de vida, passando a enfrentar engarrafamentos e tensão diária.

No entanto, remexendo na nossa consciência, sabemos que as faixas exclusivas são uma boa iniciativa, pois geram maior conforto para a população que usa os ônibus e, teoricamente, incentivam o uso do transporte coletivo, provavelmente reduzindo o número de automóveis em circulação no DF.

No entanto, falta ao governo e ao governador apresentar números que provem esses benefícios. As viagens em ônibus foram regularizadas, se tornaram mesmo mais rápidas? Aumentou o número dos usuários de transporte coletivo nas regiões onde as faixas exclusivas foram criadas? Sentiu-se uma redução no número de automóveis em circulação? Se nada disso aconteceu, as faixas exclusivas fracassaram. Mas, sinceramente, acho que os resultados são bons. Falta o governo nos dizer isso.

 

METRÔ AMPLIADO

ATÉ A ASA NORTE

Como disse antes, o problema do governador Agnelo é o tempo. Ele está otimista com o Veículo Leve que vai ligar as cidades de Santa Maria e Gama ao Plano Piloto com rapidez, em linhas exclusivas. Será fantástico e certamente vai obter o reconhecimento da população, quando estiver em plena operação. As linhas novas do Sudoeste, mobilizando a quase extinta TCB, também são ótima iniciativa.

Da mesma forma, a anunciada ampliação do Metrô até a Asa Norte parece uma solução fantástica, já com recursos federais garantidos. Se essa obra tiver visibilidade até a eleição de 2014, será de grande valia no impulso da candidatura de Agnelo à reeleição.

Há muitos outros itens ligados ao setor de transportes que podem valorizar o governador. Mas, aqui pra nós, até quando as ruínas do VLT vão continuar atravancando a ponta da W3 Sul, dificultando o acesso ao Setor Policial? Está na hora de se resolver este problema. 

 

TÁXIS ENCURRALAM

TODOS OS GOVERNOS

Tenho viajado muito e vejo que os táxis de Brasília são os piores do Brasil. Motoristas superados, carros sem padronização visível, falta de veículos em circulação na hora do rush, pontos de táxis antigos e mal distribuídos, etc.

Um motorista me informou que um terço dos taxistas do DF praticamente não roda com seus carros. Usam o veículo como automóvel da família, beneficiando-se da facilidade fiscal para a compra do táxi, entre outros benefícios que a categoria foi amealhando ao longo do tempo.

Desde os últimos governos do Roriz, o Palácio do Buriti é refém do Sindicato dos Táxis, que mantém alguns milhares de votos organizados e encurrala os governantes.

Fiquei sabendo pela TV que o número de concessões de táxis em vigência no DF é o mesmo da década de 80. O sindicato tem impedido que o GDF lance licitação para a oferta de novas concessões: pelo menos 600.

A reportagem de TV mostra que o secretário Zé Walter está lutando contra isso. Confio nele, que não pretende ser candidato a nada e não perde o voto dos taxistas. Em compensação, se conseguir mudar esse quadro, terá o reconhecimento da população. Vamos lá, Zé Walter! 

 

 

 

 

 

 

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