RENATO RIELLA
A Justiça Eleitoral ocupa os meios de comunicação com um anúncio antipático, exigindo que cada um de nós compareça para se recadastrar, sob pena de perder o título de eleitor. Grande merda, um título num país tão sem nomes para a gente votar…
A quem me pergunta sobre esse recadastramento, respondo: falta muito mais de um ano para a eleição – e nem sei se teremos eleição, diante das confusões que o Brasil enfrentará nos próximos meses.
Agora, fico sabendo que o Tribunal Superior Eleitoral precisa dos meus dados porque assumiu o compromisso de repassar as informações de cada um de nós para o Serasa.
Logo para o Serasa, uma instituição existente para ferrar o povo, banindo da normalidade pessoas que sofrem dificuldades financeiras. Trata-se de uma verdadeira câmara de tortura contra os mais desprotegidos, que passam a ser malditos perante a elite da sociedade.
O TSE, um tribunal que leva duas ou três eleições para julgar um processo eleitoral, resolve fazer caridade logo com o Serasa, essa praga nacional. Quem está ganhando com isso?
O povo não ganha. O processo eleitoral perde, pois agora cada um de nós deve atrasar mais e mais o recadastramento. O cidadão perde, pois o Serasa está mais abastecido de informações para sacanear aquele que tem dificuldade financeira imediata.
Resta saber quem ganhou. Dá para acreditar que, dentro do TSE, alguém fez isso por puro sentimento cívico, reconhecendo o Serasa como muito útil à Nação?
Prefiro acreditar que o Santos vai dar de 10×0 no Barcelona.
E declaro: proíbo terminantemente o TSE de repassar qualquer dado meu para o Serasa.
