Diversos níveis de informação acreditam que o candidato a governador do DF Jofran Frejat, que abandonou a campanha de forma dramática, retoma hoje os trabalhos.
Ele vai ter uma conversa definitiva com o presidente do PR, o complicadíssimo Valdemar Costa Neto. Se as exigências forem atendidas, poderá voltar a ser o candidato.
Só não sabemos quais são essas exigências. De modo incompreensível, as queixas nunca foram apresentadas publicamente pelo experiente Jofran Frejat.
Ele foi mal assessorado ou, então, decidiu sozinho, de rompante, sem seguir rituais políticos básicos. Com isso, sofre grande desgaste junto a boa parte da chamada opinião pública.
Se estava revoltado com questões da campanha e com situações graves de membros do partido, deveria ter feito reivindicação clara e organizada à direção regional do PR e, depois, ao presidente nacional.
Em vez disso, Frejat usou expressão que vai lhe acompanhar em todos os momentos tensos da campanha, ao afirmar: “Não vendo a minha alma ao diabo!!!!”.
Se voltar a fazer campanha, deverá estar ciente que a cobrança vai lhe acompanhar a todo momento, por parte da imprensa e dos adversários.
A toda hora, alguém perguntará: “Cadê os diabos?”
Se Frejat circular ao lado de possíveis companheiros poderosos de campanha, haverá quem pergunte: “Este é diabo – ou não?”
Assim, cabe à assessoria do candidato se prevenir contra essas provocações.
Mas não ficou só nisso. Parodiando mal D. Pedro I, Frejat cometeu outra frase de explosão desagradável: “Diga ao povo que não fico”.
O simbolismo dessa declaração é muito forte para todos aqueles que estudaram História do Brasil. “Diga ao povo que fico”, frase que pode ser pronunciada hoje, de virada, merecerá muitas explicações e um pedido de desculpas ao povo, que não tem nada a ver com “os diabos”.
Campanha eleitoral é assim: tudo muito perigoso. Uma casca de banana pode virar uma bomba atômica.
Retornando à campanha, Frejat pode bater de frente com um PR que está negociando coligação com o PT. Barra pesada!
Há outras definições difíceis, como a escolha do vice da chapa de Frejat. E há a consolidação dos candidatos ao Senado. Consta que estes últimos seriam o coronel Fraga e o empresário Paulo Octávio.
Pergunta-se: Fraga e Paulo Octávio são nomes do Frejat ou são diabos?
Vai ser assim a partir de agora. A sorte é que o povo tem memória fraca e, efetivamente, Jofran Frejat é um bom candidato a governador, que em algum momento próximo pode apresentar um programa de governo competente.
Porém, precisa de assessoria política de peso, para evitar outras explosões de frases perigosas.
Diga ao povo que precisamos trabalhar em paz.
Detalhe: os assessores de marketing do Frejat precisam agora cobrar mais caro…a tarefa ficou mais difícil.
(RENATO RIELLA)
