Como diria a Dilma: “Não se bota a pasta de volta no dentifrício”. Mas vou falar do Rollemberg.
Rodrigo era o queridinho da cidade, amigo de todo mundo, de família antiga e bem relacionada em Brasília.
Tinha tudo para dar certo. Teve passagem decente pelos cargos anteriores, estava inteiro. E praticamente não enfrentou concorrente.
No entanto, mal orientado, cometeu um verdadeiro crime: logo depois da eleição, rompeu com todo mundo.
Recusou-se a fazer governo de transição, alegando que não queria papo com o antecessor, Agnelo Queiroz.
Com isso, assumiu sem saber onde estava pisando. Virou governador no escuro e na contramão.
Para completar, fechou as portas aos partidos e aos políticos de maneira geral.
Negou-se a cumprir compromissos com segmentos diversos da cidade, inclusive empresariais, que haviam apoiado de forma decente a sua campanha.
E fez um secretariado horrível, de pessoas sem expressão. Trouxe uma secretária de Segurança de Recife, totalmente incompetente.
Trocou secretário de Saúde diversas vezes, cada um pior do que o outro. E virou inimigo de todas as categorias dessa área, inclusive os médicos, muitos dos quais, de ótimo nível, pediram demissão.
Rodrigo Rollemberg fez a maluquice de, na prática, extinguir as administrações regionais.
Com isso, a fiscalização ficou centralizada na famigerada Agefis, de tristes episódios.
Sem administrador regional, os processos de alvarás e habite-se foram concentrados no Palácio do Buriti – e nada mais aconteceu. Todas as iniciativas de construção foram prejudicadas ou interrompidas, aumentando o desemprego. Aliás, precisava reformar o Teatro Nacional, mas esqueceu de fazer essa obra.
No meio do governo, para sobreviver, Rollemberg adotou as piores práticas políticas, oferecendo cargos a deputados distritais de péssima imagem, em troca de votos na Câmara Legislativa.
Entre outros erros políticos, Rollemberg demitiu, na prática, o apagado vice-governador Renato Santana.
E o governador mostrou-se adversário do antigo amigo, Joe Valle, presidente da Câmara Legislativa.
Rollemberg fez tudo o que podia ser feito para fracassar. E São Pedro deu uma ajudinha, gerando o único racionamento de água da história de Brasília (nunca mais acontecerá).
Na verdade, vale a pena registrar: de forma trágica, seu guru era João de Deus…péssima escolha. Não é à toa que até o Eixão desabou.
O ainda governador diz que saneou as finanças. Realmente os salários estão em dia, mas há muitas dívidas ainda acumuladas.
AGORA, IBANEIS
Rollemberg vai embora e deixa Ibaneis Rocha. O futuro governador já corrigiu algumas posturas básicas, a saber:
- Fez profundo trabalho no governo de transição. Assume plenamente informado, já com medidas prontas para lançar no dia 2 de janeiro.
- Está bastante entrosado com o vice Paco.
- Assume com apoio de 17 ou 18 deputados distritais e de quase todos os partidos.
- Anunciou previamente uma equipe, muito discutida, mas que só poderá ser avaliada na prática.
Fica a memória de Rollemberg para que os mesmos erros não sejam cometidos. (RENATO RIELLA)