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dez 15 2012

vamos discutir as chacinas!

RENATO RIELLA

 

Diante de cada chacina em escola dos Estados Unidos, pensamos assim: esta foi a pior. A de ontem talvez tenha sido mesmo a pior, pelo número de mortos e pela idade das crianças. Mais do que monstruoso! Cabe a todas as cabeças pensantes do mundo refletir.

É preciso abrir amplo debate, rediscutindo a família e a escola. E as experiências pessoais pesam muito nessa discussão.

Vemos que a mãe de Adam Lanza, o assassino de 20 anos (ele morreu também), era professora da escola e foi a primeira vítima, dentro da sala de aula, onde seus alunos também perderam a vida.

Sabe-se hoje que Adam, quando criança, havia estudado nesse colégio. São informações que não levam a nenhuma grande conclusão.

 

 

RESPONSABILIDADE

DAS FAMÍLIAS

A grande avaliação é a de que as famílias (mesmo sendo vítimas) são responsáveis por cada chacina. É inacreditável que esta mãe, hoje morta, e os demais parentes não tenham percebido que Adam Lanza tinha hábitos esquisitos e mantinha arsenal de guerra em casa.

Já escrevi aqui que pai de pichador devia ser condenado junto com o jovem infrator. Como se explica que o rapaz saia de madrugada, levando equipamentos diversos de pichação, sem ninguém ver? O pichador volta sujo de tinta e cheirando a substâncias químicas, mas ninguém percebe. Por que? E a tinta custa caro!

Lembro sempre, agradecendo a Deus, que participei ativamente da criação de três filhos e dois enteados (hoje, felizmente, adultos). Nunca deixamos de fiscalizar cada detalhe deles. Se fumassem maconha ou um simples cigarro perceberíamos. Se fossem pichadores, então – nem se fala nisso. Filho, até os 18 anos, não tem direito a privacidade.

Se você for pai ou mãe, não abra mão do direito de “invadir” o quarto de cada filho se sentir necessidade extrema, abra correspondências, fiscalize a carteira de dinheiro, mantenha o computador bastante visível, pesquise sobre o garoto (ou garota) nas redes sociais.

Pai e mãe são detetives dos filhos. Quem não marcar em cima pode ter surpresas. Nunca confie. Faça ameaças discretas de intervenção, de cortes e nunca perca a autoridade.

 

 

PAI E MÃE MANDAM

ATÉ O FIM DA VIDA

Mudei o meu raciocínio democrático sobre criação de filhos quando assisti na TV o depoimento de um orientador católico (não registrei o nome).

Ele explicou que o filho, mesmo velhinho, deve respeito e obediência aos pais – e estes não devem abrir mão desse direito humano.

O orientador explicou que a relação dos pais com o ser quando nasce é de 10 para 0. Pouco depois, o bebê aprende a exigir leite materno e a relação vira 10×1. Mas aí a dependência ainda é quase total.

Aos poucos, a criança aprende a ler (10×2), começa a sair sozinha (10×3), passa no vestibular e já está namorando (10×4) e depois começa a trabalhar e até se casa (10×5).

Essa relação permanece 10×5 até que a “criança”, já bem mais velha, fique órfã de pai e mãe, percebendo como é difícil viver sozinha neste mundo. A autoridade não acaba.

O tal padre, com mais de 40 anos, de renome, contou na TV que seus pais moravam no interior de São Paulo. Quando ia visitá-los, embora independente e poderoso, era enquadrado com rigor: por que engordou? por que não fez a barba? está fazendo poupança para a velhice? por que demorou a nos visitar? Etc.

Pai e mãe não perdem autoridade. Se isso for levado em conta, teremos menos matanças no mundo.

Continuarei a envolver os leitores do BLOG com este assunto ao longo do dia. Nada foi tão grave no mundo nos últimos tempos.

Hoje tenho neta de quatro anos na escola e temo que um dia, em Brasília, apareça um babaca querendo morrer famoso. Vamos reagir com inteligência enquanto é tempo.

 

 

JANUÁRIO SE IMPUNHA

SOBRE LUIZ GONZAGA

Ia concluir esse texto quando me lembrei do recente filme sobre Luiz Gonzaga. Famosíssimo, o cantorle levou anos sem visitar a família no interior de Pernambuco. Quando chegou de repente, ouviu do pai: “Seu corno, isso é hora de aparecer?”

Nessa visita, houve grande forró ao ar livre para reverenciar a estrela brasileira do forró. Gonzaga estava com excesso de vaidade, quando foi recriminado por um velhinho: “Luiz, respeita Januário. Respeita os oito baixos do seu pai”.

O grande compositor fez uma música memorável contando isso. Januário, pai do Gonzaga, com um acordeon de apenas oito baixos, era o mestre da música na região. E o Rei do Forró teve de reconhecer isso, embora famoso. Pai não perde a autoridade – nunca! É o segredo para o filho prestar.

 

EM TEMPO: reconheço que há exceções. Há tragédias. Há descontroles psicológicos. Mas abro o debate. Não podemos ficar calados.

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