RENATO RIELLA
O mundo deve estar perguntando: o que é este Brasil, que recebe Copa do Mundo, Olimpíadas e esta semana atrai todas as atenções, ao dar voz a um papa franciscano?
A passagem do Papa Francisco pelo Rio de Janeiro e também pela cidade de Aparecida (SP) sacode o planeta, pois gera rediscussão sobre valores que têm sido abalados nos últimos anos no mundo ocidental.
Ele chega ao Rio de Janeiro às 16h de hoje. A Jornada Mundial da Juventude começa amanhã (23) e vai até o próximo domingo (28).
Na imprensa internacional, é mostrado que o destaque pode ser a “dupla missão” que o pontífice terá pela frente: tentar conter o crescimento das denominações evangélicas pentecostais e arrebanhar fiéis afastados da Igreja Católica que, em número cada vez maior, se declaram “sem religião”.
A tarefa é especialmente desafiadora no Rio de Janeiro, já que a cidade, que apresenta uma das menores proporções de católicos entre as capitais brasileiras.
Em sua conta no Twitter (@pontifex), o papa expressou hoje a alegria por viajar ao Rio de Janeiro para participar da jornada. “Chego ao Rio daqui a algumas horas e meu coração está cheio de alegria porque em pouco tempo estarei com vocês para celebrar a 28ª JMJ”, disse.
São esperados 800 mil turistas para a jornada. O número certamente foi reduzido em função dos protestos que dominaram o Brasil nas últimas semanas.
O ápice do evento deve ser a encenação da Via Sacra, na orla de Copacabana, na sexta-feira (26), e a missa de encerramento do evento em Guaratiba, no domingo (28). São esperadas mais de 1,5 milhão de pessoas nos eventos com o papa.
A agenda no país inclui ainda visita a comunidade pobre no Rio e ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em São Paulo.
Mais de 20 mil agentes e militares vão trabalhar na defesa e na segurança pública, durante o evento, sendo que 40 homens da Polícia Federal acompanharão Francisco em todos os compromissos no Brasil. Do total de militares, cerca de 7 mil homens do Exército farão a segurança em Guaratiba, na zona oeste. No Campo da Fé (Campus Fidei), os militares não vão carregar nenhum tipo de arma, mas podem abordar e retirar quem se comportar de maneira ofensiva.