RENATO RIELLA
Vimos nas últimas semanas o abalo nas ações da Petrobras, em função da queda de credibilidade dessa empresa. Há um clima de mistério em relação à Petrobras e os investidores buscam outros portos.
Pegando-se esta realidade brasileira, dá para fazer uma pergunta de nível internacional: se o Vaticano fosse uma empresa, você investiria neste empreendimento?
As ações do Vaticano, sem dúvida, seriam hoje as mais desvalorizadas do mundo – e o Papa Bento XVI é o único culpado. Como se diz, o comandante é o último a pular fora do navio em caso de naufrágio, mas o Papa hoje aposentado foi o primeiro a pular fora.
Os mais novos não têm referência histórica, mas sofremos crise semelhante na década de 60, em Brasília, quando o então presidente Jânio Quadros renunciou ao cargo no primeiro ano de governo, alegando estar impedido de governar por “forças ocultas”. Passaram-se anos, Jânio até morreu, e a história não consegue revelar quais são essas “forças ocultas”.
O governante tem compromisso de enfrentar ao lado do povo todas as ameaças e até morrer por isso. Não tem o direito de fugir sem apontar, denunciar e enfrentar (e até derrotar) as forças ocultas.
Ninguém acredita que um Papa não tenha poder para expulsar do Vaticano todas as “forças ocultas”. Será que ele poderia ser assassinado? Nesse caso, poderia pedir asilo no Brasil, onde estaria protegido de bombas e atiradores. E daqui mudaria a Igreja, sob a inspiração do Espírito Santo.
CAIXA-PRETA DO VATICANO
ASSUSTA TODOS OS CATÓLICOS
Tal como acontece hoje com a Petrobras, o mundo quer saber o que está acontecendo no Vaticano. No entanto, mais de cem cardeais, velhinhos revestidos de extremo orgulho, estão isolados do mundo para tentar eleger um novo Papa.
Esqueçamos Bento XVI, que entrará na história como um fracasso. Não deveria ter aceito o cargo aos 78 anos de idade, vindo após João Paulo II, um ídolo.
Devemos pensar no seu sucessor, que tem perfil bem definido na boca do povo. Todos nós queremos um Papa vigoroso fisicamente, imune a escândalos, forte para enfrentar os bandidos do mundo financeiro que se escondem no Vaticano. E que seja um Papa muito bom em comunicação.
O novo Papa, antes de tudo, precisa assegurar ao mundo que vai banir a pedofilia de dentro de todas as igrejas católicas espalhadas no planeta.
E, principalmente, o mundo quer receber de braços abertos um Papa que fale a linguagem de Jesus – e não venha com palavras difíceis, teorias burocráticas e palavreado em latim.
A Igreja Católica ainda é importante fator de equilíbrio das relações sociais no mundo. E também é grande disseminadora da fé, embora os modernos instrumentos de comunicação tenham gerado em cada ser humano a busca de Deus pelos próprios meios.
Assim, temos de rezar por um Papa melhor em todos os sentidos. Muito melhor do que Bento XVI.